Toyota e funcionários acertam mega-PDV para transferir fábrica do Corolla

24 de Maio 2024 - 06h07
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Após realização de greve em abril e semanas de negociações, os funcionários da fábrica da Toyota em Indaiatuba, no interior de São Paulo, e a direção da montadora firmaram nesta quarta-feira (233) um acordo que melhorou as condições do PDV (Plano de Demissão Voluntária) na unidade - cujas operações e parte dos trabalhadores serão transferidas para as instalações de Sorocaba (SP) até julho de 2026.

Atualmente, a linha de Indaiatuba emprega cerca de 1.470 pessoas e é responsável pela produção do sedã Corolla e de componentes do Corolla Cross e do Yaris, que são finalizados em Sorocaba.

De acordo com a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que representa os funcionários da fábrica de Indaiatuba, o pacote de benefícios do PDV vai além das obrigações legais e seria o maior já visto no setor.

Essa movimentação faz parte do novo plano de investimentos recentemente anunciado pela Toyota, que irá centralizar a montagens dos seus veículos em Sorocaba, incluindo novos produtos.

Como ficou o PDV em Indaiatuba

O pacote oferecido aos funcionários que desejam sair ou não querem se transferir para Sorocaba chegou a 45 salários mais dois por ano trabalhado, o que representa um grande aumento em relação à proposta inicial da Toyota - um pacote com 30 salários nominais e mais um por cada ano trabalhado.

A empresa chegou a oferecer, posteriormente, 35 salários na adesão ao plano. O sindicato afirma que a recomendação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) era o pagamento de 40.

A título de comparação, podemos citar o pacote oferecido pela General Motors para os trabalhadores das fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, ambas em São Paulo.

Em dezembro passado, após o anúncio de demissões em massa nessas unidades, seguido por greve e disputas judiciais, a montadora norte-americana ofereceu duas opções: seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico de seis meses (ou R$ 6.000) para quem tinha de um a seis anos de casa - ou cinco meses de pagamento, um Chevrolet Onix LS (ou R$ 85 mil) e plano médico durante seis meses (ou R$ 12 mil) para quem tinha sete anos ou mais de empresa.

No caso da Toyota, também há complementos. A proposta anterior dizia que os trabalhadores que quisessem ser transferidos receberiam dois salários nominais mais R$ 10 mil. Já quem deseja mudar de cidade receberia a mais outros 2,4 salários, além de estabilidade de emprego até junho de 2029. O plano de saúde e vale alimentação seriam estendidos por 12 meses, indica fonte sindical.

Agora, depois do acordo coletivo, quem desejar mudar de fábrica receberá dois salários e um adicional de R$ 15 mil (R$ 5.000 a mais do que antes). Os que preferirem se mudar para Sorocaba ganharão os valores acima e mais 2,4 salários - ou seja, sem alterações.

Com informações do UOL