Um tipo de chá pode reduzir o risco de desenvolver diabetes; veja

03 de Outubro 2023 - 04h52
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O consumo diário de chá escuro pode estar associado a benefícios significativos no controle do açúcar no sangue e na redução do risco de desenvolver pré-diabetes e diabetes tipo 2 em adultos, revelaram pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, e da Universidade do Sudeste, na China, durante a Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, nesta segunda-feira (2).

O artigo revelou que indivíduos que consumiam chá escuro todos os dias tinham um risco 53% menor de pré-diabetes e um risco 47% menor de diabetes tipo 2 em comparação com aqueles que nunca o bebiam, mesmo após ajustar para fatores de risco estabelecidos para o diabetes, como idade, gênero, IMC (índice de massa corporal), pressão arterial, entre outros.

O chá escuro, também conhecido como chá pós-fermentado, é muito comum na China. Ele passa por um processo de fermentação microbiana após a colheita das folhas de chá.

Durante a fermentação, as bactérias e micro-organismos presentes na folha de chá continuam a agir, transformando seus compostos químicos. Isso resulta em um chá de sabor mais rico e complexo, com características terrosas, amadeiradas e notas profundas.

Não deve ser confundido com o chá preto, muito comum no Reino Unido. Este é completamente oxidado, mas não sofre fermentação após a colheita.

É justamente à fermentação microbiana do chá escuro que os cientistas atribuem os benefícios dele para a saúde.

Esse processo pode resultar em compostos bioativos únicos (incluindo alcaloides, aminoácidos livres, polifenóis, polissacarídeos e seus derivados), que conferem potentes efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, melhoram tanto a sensibilidade à insulina quanto o desempenho das células beta no pâncreas e alteram a composição das bactérias no intestino.

Mais de 1.900 adultos que viviam em oito províncias chinesas fizeram parte do estudo, sendo que 436 participantes tinham diabetes, 352 tinham pré-diabetes e 1.135 tinham níveis normais de glicose no sangue.

Foram incluídas na pesquisa pessoas que não bebiam chá habitualmente e também aquelas que consumiam apenas um tipo.

Elas foram questionadas sobre a frequência (ou seja, nunca, ocasionalmente, frequentemente e todos os dias) e o tipo (ou seja, chá verde, chá preto, chá escuro ou outro chá) de consumo da bebida.

Os pesquisadores analisaram como o consumo de chá, incluindo a frequência e o tipo de chá, estava relacionado a três aspectos importantes associados ao controle do açúcar no sangue e ao diabetes.

Primeiro, eles examinaram como o consumo de chá afetava a excreção de glicose na urina, o que é um indicador relevante do controle do açúcar no sangue.

Em segundo lugar, eles avaliaram como o consumo de chá estava ligado à resistência à insulina, que é uma característica associada ao diabetes.

Por último, eles investigaram como o consumo de chá estava relacionado ao status glicêmico, que inclui histórico de diabetes, uso de medicamentos antidiabéticos e resultados anormais em um teste de tolerância à glicose oral. Isso permitiu aos pesquisadores avaliar o impacto do chá na saúde metabólica e no risco de diabetes.

Indivíduos com diabetes geralmente têm rins com capacidade aprimorada de reabsorver a glicose, o que significa que seus rins recuperam mais glicose da urina, impedindo que ela seja eliminada. O resultado acabam sendo níveis elevados de açúcar no sangue.

Após considerar as diferenças relacionadas a idade, gênero e fatores médicos e de estilo de vida, a análise descobriu que beber chá todos os dias estava associado a um aumento na excreção de glicose na urina.

Para outro pesquisador e autor do estudo, Zilin Sun, da Universidade do Sudeste, o consumo diário do chá escuro "pode ser um passo simples que as pessoas podem facilmente adotar para melhorar sua dieta e saúde".

Com informações de R7