
A vereadora Júlia Arruda anunciou sua saída do PDT nesta sexta-feira (03), legenda pela qual foi eleita em 2016 para exercer o terceiro mandato como vereadora de Natal. Segundo ela expôs em suas redes sociais, às vésperas de se encerrar o prazo da janela partidária o PDT se utilizou de “manobra rasteira, antiética e extremamente desrespeitosa, enviando emissários com ameaças mascaradas em forma de recado”.
O intuito do partido, segundo a vereadora, é de “acomodar um grupo de vereadores que agora está desembarcando na legenda”.
“Traduzindo: um “convite” à minha desfiliação, uma vez que minha saída do PDT era uma das condições negociadas entre a direção local do partido e o grupo de vereadores do chamado “chapão”. Grupo este que, ao contrário do aumentativo da alcunha, demonstra com essa condicionante a pequenez daqueles que se acovardam diante de desafios. Seria justificável tamanho receio em enfrentar uma mulher com votação superior a todos eles nas últimas eleições?”, questiona a vereadora.
Júlia Arruda divulgou uma nota explicando o ocorrido. Leia na íntegra:
A política não é uma ciência exata e, nem sempre, justa. Encerro hoje meu ciclo no Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda pela qual fui eleita em 2016 para exercer o terceiro mandato como vereadora de Natal. À época, um partido que me acolheu e que abraçou o nosso projeto político, pautado desde sempre pela coerência, ética e independência, alinhado sobretudo aos direitos e interesses da população natalense.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Pois bem, quatro anos depois, às vésperas de se encerrar o prazo da janela partidária - período legal em que acontecem as definições partidárias para disputa eleitoral no próximo pleito - e com o intuito de acomodar um grupo de vereadores que agora está desembarcando na legenda, o mesmo PDT se utiliza de manobra rasteira, antiética e extremamente desrespeitosa, enviando emissários com ameaças mascaradas em forma de recado.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Traduzindo: um “convite” à minha desfiliação, uma vez que minha saída do PDT era uma das condições negociadas entre a direção local do partido e o grupo de vereadores do chamado “chapão”. Grupo este que, ao contrário do aumentativo da alcunha, demonstra com essa condicionante a pequenez daqueles que se acovardam diante de desafios. Seria justificável tamanho receio em enfrentar uma mulher com votação superior a todos eles nas últimas eleições?⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Cientes da falta de qualquer respaldo legal que justificasse minha expulsão, a estratégia formulada consistia em, na próxima convenção partidária, negar a mim a legenda, e assim meu direito a disputar as eleições nesse ano.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Ameaça sórdida, desavergonhadamente confirmada por um segundo emissário do “chapão”, e que só justifica o descrédito da classe política perante a opinião pública. Afinal, são artimanhas desse tipo que insistem em transformar a política partidária em um território obscuro e vergonhoso.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Diante disso, chego a duas conclusões: a de que esse constrangimento não é meu, e de que esse PDT não me representa.
Portanto, minha mensagem hoje à população natalense - que fez de mim a primeira mulher reeleita na história da Câmara Municipal de Natal e que me confiou por três mandatos consecutivos a oportunidade de ser sua legítima representante - é que estou saindo do Partido “Democrático” Trabalhista de cabeça erguida e com renovada disposição para os próximos desafios.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Sigo acreditando e lutando pela nossa missão de Fazer a Diferença na defesa de bandeiras como os direitos das mulheres, das pessoas com deficiência, crianças e adolescentes. Um mandato conectado com as questões sociais, participativo e aberto ao diálogo. E reafirmo, por fim, que seguirei fiel aos princípios e valores que sempre nortearam minha vida pública.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Júlia Arruda
Vereadora de Natal