VÍDEO: Em hospital, alunas de medicina zombam de jovem transplantada 4 vezes

09 de Abril 2025 - 07h12
Créditos: Reprodução

 


Duas estudantes de medicina postaram um vídeo, tirado do ar nesta terça-feira (8) do TikTok (assista abaixo), em que expõem a paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, nove dias antes de ela morrer de insuficiência renal, em 28 de fevereiro, no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

No vídeo, apesar de não falarem o nome da paciente, as alunas Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano mencionam os três transplantes cardíacos, além de indicar quando foram feitos — na infância, adolescência e início da maioridade, o que coincide com o caso de Vitória.

Vídeo:

“Um transplante cardíaco já é burocrático, já é raro, tem a questão da fila de espera, da compatibilidade, mil questões envolvidas. Agora, uma pessoa passar por um transplante três vezes, isso é real e aconteceu aqui no Incor e essa paciente está internada aqui”, afirmou Thaís.

A postagem, feita em 17 de fevereiro, foi visualizada por pouco mais de 212 mil pessoas, o suficiente para um amigo reconhecer o caso de Vitória e enviar uma mensagem de texto à família da amiga, no último dia 3, como relatou Giovana Chaves dos Santos, de 19 anos, irmã da paciente.

A exposição revoltou a irmã e a mãe da paciente, Cláudia Aparecida da Rocha Chaves. Elas decidiram registrar um boletim de ocorrência e acionaram o Ministério Público de São Paulo (MPSP), além do Incor.

Em nota, na tarde desta terça, o Incor afirmou não divulgar dados de pacientes. A instituição afirmou repudiar “veementemente” atitudes que violem os princípios da ética e confidencialidade. O instituto acrescentou que apura “rigorosamente o caso mencionado”, ressaltando que “adotará todas as medidas cabíveis”.

Uso dos medicamentos
Durante a conversa em vídeo, as duas estudantes atribuem a sequência de procedimentos à suposição de que Vitória não teria se cuidado e tomado corretamente os medicamentos após os procedimentos, informação refutada pelas familiares da paciente.

Na postagem, Thaís ainda comenta que ela e a colega iriam se encontrar com Vitória em seguida. “A gente vai subir lá em cima [sic] e tentar conversar com essa paciente transplantada por três vezes.”

Antes do encontro, Gabrielli dá detalhes dos procedimentos aos quais Vitória foi submetida. “A segunda vez ela transplantou e não tomou os remédios que deveria tomar, o corpo rejeitou [o órgão] e teve que transplantar de novo, por um erro dela [Vitória]. Agora ela transplantou de novo, [o corpo] aceitou, mas o rim não lidou bem com as medicações.”

Na sequência, Thaís Caldeiras comenta:

“Essa menina tá achando que tem sete vidas”.

As duas estudantes se olham e Thaís continua: “Estou em choque. Simplesmente uma pessoa que já passou três vezes por transplante, recebeu três corações diferentes, pra quem não é da medicina, resumindo, é isso […] e tá com problema ainda. Espero que fique tudo bem com ela, que agora ela realmente tome as medicações e faça o tratamento correto”.

Morte e revolta
Vitória morreu nove dias depois, devido a um choque séptico e insuficiência renal crônica. A morte ocorreu um ano após o terceiro transplante de coração e dois anos depois de um transplante de rim, órgão que ficou comprometido durante o tratamento cardíaco da jovem.

Cláudia afirmou ao Metrópoles, nesta terça-feira, que as falas das estudantes são mentirosas. “O que elas dizem é inverídico e temos provas de tudo, que ela [Vitória] seguia o tratamento à risca”, diz a mãe.

Ela ainda afirmou que a postagem das estudantes resultou em milhares de comentários, grande parte contra Vitória.

A família da paciente quer que as alunas se retratem publicamente, da mesma forma que expuseram e debocharam da paciente. 

Com informações de Metrópoles

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