VÍDEO: Plano B: Esperando condenação, Bolsonaro pode apoiar nome da direita para conseguir indulto no futuro

22 de Junho 2025 - 07h52
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Há uma frase famosa que diz que a história não se repete exatamente da mesma forma, mas tende a se imitar. E é isso que pode ocorrer na disputa eleitoral pela Presidência da República em 2026, desta vez envolvendo a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Prevendo uma possível condenação, ele pode optar por assumir o papel de apoiador e lançar um nome capaz de garantir um indulto para si próprio e para outros que venham a ser condenados por participação na tentativa de golpe.

Essa possibilidade vem ganhando força nos bastidores e chegou a ser tema de discussão no Jornal das 6, da 96 FM de Natal. Caso seja, de fato, condenado no segundo semestre deste ano, Jair Bolsonaro poderá abrir mão da candidatura e apoiar outro nome da direita para a Presidência da República. Nesta semana, por exemplo, ele se reuniu com Ronaldo Caiado, governador de Goiás, e com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. O conteúdo das conversas, realizadas a portas fechadas, não foi divulgado.

Com o apoio de Bolsonaro, segundo as pesquisas atuais, dificilmente um candidato da direita perderia a eleição para um nome associado ao já desgastado governo Lula. Assim, Bolsonaro teria condições de eleger o próximo presidente e, deste, obter a promessa de um futuro indulto.

Comenta-se, inclusive, que o texto do indulto seria semelhante — ou até mesmo idêntico — ao projeto de anistia que prevê o perdão ao grupo político e aos envolvidos na suposta tentativa de golpe militar.

Mudança no discurso

A discussão sobre esse "plano" ganhou ainda mais força após notícias indicarem que o ex-presidente tem se mostrado mais simpático a nomes de destaque da direita, como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas. O governador de São Paulo, por exemplo, que antes afirmava ser candidato à reeleição, declarou nesta semana que pretende, sim, disputar um novo mandato, mas que não será candidato à Presidência "caso não conte com o apoio de Bolsonaro".

Ou seja, o que antes era considerado impossível, agora passa a ser uma possibilidade condicionada ao aval do ex-presidente.

A história se repete

Vale lembrar que, em 2018, enquanto estava preso na sede da Polícia Federal por condenações confirmadas em todas as instâncias, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve envolvido em um plano semelhante. Naquela ocasião, lançou a candidatura do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda.

À medida que a eleição se aproximava, ganhou força a tese — nunca desmentida por Haddad — de que, se eleito, ele assinaria um indulto para libertar Lula da prisão. A eleição, no entanto, não foi vencida por Haddad, e Jair Bolsonaro acabou eleito naquele momento.

Portal 96