Apesar da redução, número de fumantes ainda ultrapassa 1 bilhão, adverte OMS

29 de Maio 2024 - 17h36
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Embora as tendências globais indiquem um declínio gradual no consumo de tabaco, com cerca de um em cada cinco adultos fumando em 2022 (contra um em cada três em 2000), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a luta contra essa grave ameaça à saúde ainda está longe de terminar. Segundo relatório divulgado em janeiro de 2024, o tabaco continua sendo a principal causa de morte evitável, resultando em mais de oito milhões de óbitos a cada ano. No mundo, ainda tem cerca de 1,25 bilhão de pessoas fumantes, dos quais 80% residem em países de renda baixa e média.

Apesar de 150 países implementarem medidas para reduzir o consumo, apenas 56 estão no caminho certo para alcançar a meta de reduzir em 30% o uso do tabaco até 2025. O Brasil se destaca como um dos países com maior redução, com queda de 35% desde 2010. Apesar dos progressos nos últimos anos, James Brito, diretor médico do Hospital Antônio Prudente Natal, da Hapvida NotreDame Intermédica, enfatiza que não há tempo para relaxamento. “O tabagismo é responsável por diversas doenças graves, como câncer, doenças cardíacas e respiratórias. Parar de fumar é um dos melhores investimentos que se pode fazer pela saúde”, afirma.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as estatísticas revelam que os fumantes, comparados aos não fumantes, apresentam risco: dez vezes maior de adoecer de câncer de pulmão, cinco vezes maior de sofrer infarto, cinco vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar, e duas vezes maior de sofrer derrame cerebral.

James Brito ressalta ainda que diversos recursos estão disponíveis para auxiliar no processo de cessação do tabagismo, seja com a parada imediata ou gradual, quando se limita o número de cigarros por dia e até se define horários para o seu uso. O cuidado maior, de acordo com o médico, deve acontecer com as armadilhas, principalmente nos momentos de estresse.

“As medidas eficazes já são conhecidas, e podem ser feitas pelo próprio fumante, como a substituição de hábitos e a desassociação do cigarro com alívio de ansiedade ou produtividade profissional, por exemplo. Porém, se necessário, ajuda médica e psicológica deve acontecer”, orienta ele, lembrando que, além dos tratamentos privados, o processo de largar o cigarro é amparado pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo, sendo, portanto, uma política pública do país.