
Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicado na revista Neurology, revelou que consumir mais de oito doses de álcool por semana está ligado a lesões cerebrais associadas ao Alzheimer e ao declínio cognitivo.
A pesquisa analisou dados de autópsias de 1.781 pessoas com idade média de 74,9 anos, coletados entre 2004 e 2024. Os resultados mostraram que bebedores excessivos tinham 133% mais risco de desenvolver arterioloesclerose hialina, uma lesão vascular cerebral, e 41% mais chances de apresentar emaranhados neurofibrilares, ambos fatores ligados à doença de Alzheimer. Mesmo o consumo moderado (até sete doses semanais) aumentou o risco de lesões em 60%.
O estudo também apontou que ex-bebedores pesados morriam, em média, 13 anos mais cedo do que abstêmios. Os autores alertam para os impactos duradouros do álcool no cérebro e reforçam a necessidade de conscientização pública.