
A startup AeroRiver está trabalhando no protótipo em escala real do Volitan, um barco voador inovador projetado para melhorar o transporte de cargas e passageiros na Amazônia. O projeto, que recebeu um investimento de R$ 10 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), visa transformar a logística na região, onde o acesso por terra é limitado.
Inspirado nas aeronaves soviéticas que exploravam o efeito solo para voar a baixa altitude durante a Guerra Fria, o Volitan será capaz de se deslocar entre 5 e 10 metros acima da superfície dos rios. O modelo foi concebido inicialmente para as necessidades logísticas da Amazônia, mas o diretor-executivo da AeroRiver, Lucas Guimarães, revelou que a intenção é expandir sua utilização para outras regiões, incluindo uma possível rota entre o Rio de Janeiro e Santos (SP).
O projeto atraiu o interesse de empresas locais, como a Bemol, maior rede varejista de Manaus, que já assinou uma carta de intenção para utilizar o Volitan em suas operações logísticas. A produção do primeiro protótipo está estimada em R$ 2 milhões, mas os custos devem diminuir à medida que os processos de fabricação sejam otimizados.
Celso Pansera, presidente da Finep, destacou que o Volitan é uma aposta do governo Lula no programa Nova Indústria Brasil (NIB), com o objetivo de criar um produto industrial viável que fortaleça a indústria nacional e gere empregos. A construção do Volitan está sendo realizada em São José dos Campos (SP), um polo de engenharia aeronáutica, com a colaboração de jovens pesquisadores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), um dos berços da engenharia da Embraer.