
Os advogados de Jair Bolsonaro reforçam a tese de que ele é "o ex-presidente mais investigado da história", sob escrutínio há quase quatro anos e sem acesso à íntegra das provas. A defesa tentou, sem sucesso, barrar sua transformação em réu pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentando uma série de recursos que foram rejeitados.
Diante da postura rígida do STF, aliados de Bolsonaro articulam um apelo internacional e avaliam levar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), na Costa Rica. O objetivo é alegar cerceamento de defesa e supostas ilegalidades no processo. O ex-presidente já esteve envolvido em ações na CIDH, incluindo uma movida pelo PT em 2020 sobre sua condução da pandemia. Mais recentemente, Bolsonaro se reuniu com representantes do órgão para criticar o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusa de perseguir adversários políticos.
No Brasil, a defesa segue contestando o processo e aposta na fase de produção de provas. Os advogados querem questionar as contradições nos depoimentos do delator Mauro Cid e reforçar que Bolsonaro não teve ligação com os atos de 8 de janeiro de 2023. Outro ponto central será contestar a fusão dos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático, que pode resultar em penas mais severas.
Apesar da maioria consolidada no STF, Bolsonaro encontrou um possível ponto de apoio no ministro Luiz Fux, que indicou revisão em algumas penas aplicadas aos réus dos ataques de 8 de janeiro. Ele citou o caso da cabeleireira Débora Rodrigues, condenada a 14 anos por pichar uma estátua, sugerindo que punições excessivas poderão ser reavaliadas.