'Com falta de ar e cansaço, achei que era da gravidez, mas era um câncer'

18 de Maio 2024 - 06h41
Créditos: Arquivo pessoal/Reprodução

Talita Scupino, 28, viu sua vida virar de cabeça para baixo ao descobrir dois tumores nos ovários, um de 22 cm e outro de 10 cm. Os médicos deram a ela poucas esperanças de engravidar. No entanto, para surpresa de todos, apenas três meses após a cirurgia, Talita descobriu que estava grávida.

A alegria da gravidez, no entanto, logo se transformou em preocupação. Durante a gestação, Talita foi diagnosticada com um novo tumor nos ovários, que media 16 cm. A partir desse momento, ela iniciou uma verdadeira batalha, com internações, sessões de quimioterapia e uma série de medicamentos, tudo com um objetivo em mente: salvar a vida de sua filha. A Universa, ela conta sua história:

"Quando eu tinha 26 anos, descobri dois tumores nos meus ovários. Porém, não precisei retirar os dois ovários, tirei somente o direito, ficando um pedaço do ovário esquerdo. A médica disse que eu só poderia engravidar se fizesse algum tipo de tratamento ou se, por um milagre, conseguisse, pois como só tinha um ovário e ele já tinha sofrido pela cirurgia, seria difícil.

No entanto, não me cuidei, pois ela disse que só engravidaria com o tratamento. Passados três meses da cirurgia, descobri que estava grávida, um susto muito grande. Descobrir a gravidez após uma cirurgia tão recente foi um baque muito forte, mas fiquei feliz, pois sempre quis ser mãe, apesar de ter perdido a esperança pelo que a médica me disse.

Quando a gestação avançou, comecei a sentir muita falta de ar e cansaço, como era minha primeira gestação, achei que tudo isso era por causa da gravidez. Comecei a passar mal e fui ao médico fazer exames, mas ninguém encontrava o problema. Até que um dia fiz uma ultrassonografia e o médico disse que meu abdome estava com bastante líquido, mas não sabia dizer o motivo nem o que era esse líquido.

Continuei passando mal e cheguei a um ponto em que não conseguia respirar direito. Pedi para me internarem para descobrir o que tinha, pois não aguentava mais. Dormia sentada, estava muito inchada.

Fui internada e encaminhada para o hospital Guilherme Álvaro, em Santos (SP), pois onde moro não tem recursos. Chegando lá, a primeira coisa que fizeram foi tirar uma radiografia do pulmão e perceberam que estava com um derrame pleural bilateral, ou seja, água nos dois pulmões, por isso não respirava direito.