
A região Nordeste é a que concentra o maior número de casos de crianças com microcefalia, o que vem chamando atenção de especialistas como a Professora Doutora Cristina Ortolani que desde a semana passada está em Natal para pesquisar as condições bucais das crianças com microcefalia nascidas no Rio Grande do Norte.
“ Até agora o que me chamou atenção é que as crianças com microcefalia que consultamos aqui, não apresentaram ausencia de dentes nesta primeira dentição. Mas todas as outras questões funcionais são preocupantes e precisam ser tratadas”. Ressaltou a Dra. Cristina, professora titular da Universidade Paulista.
Ao todo já foram examinadas 120 crianças nos estados de Alagoas, Bahia e Ceará e, em todos os casos, foi constatado que a parte funcional da face dos portadores de microcefalia é alterada. A maioria fica com a boca aberta, tem a língua baixa, a musculatura labial é flácida, o céu da boca é estreito e as crianças rangem muito os dentes.
“Nós estamos iniciando um teste com uso de aparelhos de silicone para tentar amenizar essas alterações funcionais. A boa notícia é que o índice de cáries nessas crianças é muito baixo, o que nos deixou surpresos.” Informou, aliviada a pesquisadora.
Com agenda de retorno à capital potiguar marcada para o mês de maio, os pesquisadores retornarão para consultar outras crianças e testar a implantação do aparelho funcional nas que já foram examinadas.
Também está sendo desenvolvido um aplicativo para auxiliar a comunicação e o desenvolvimento cognitivo de crianças diagnosticadas com microcefalia pelo vírus Zika.
Ações que deixaram feliz a Presidente da Associação AME – Microcefalia - Daguia Santos. “ É muito bom quando a gente vê que profissionais especializados saem de seus estados e e vem nos ajudar a cuidar das nossas crianças. Dá uma sensação de que não estamos sós nesta luta,” e Daguia lançou logo o convite para as outras mães, “quem ainda não trouxe suas crianças para serem examinadas, não perca essa próxima oportunidade, em maio. Além de aprender novas técnicas de higiene bucal, o projeto nos dá apoio no tratamento das deficiências que nossos filhos tem na face.” Concluiu.
Outras informações sobre o projeto através das redes sociais da @amemicrocefalia ou pelo telefone 84 98874-5861