
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, será submetido a um novo procedimento nesta quinta-feira (12). O objetivo da equipe médica é interromper o fluxo em uma artéria que irriga a membrana que reveste o cérebro, a meninge. A equipe irá bloquear a circulação sanguínea na área do coágulo para evitar novos sangramentos como o que petista sofreu na segunda-feira (9) e que o levou a ser operado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
De acordo com o boletim médico divulgado na tarde desta quarta (11), trata-se de um procedimento endovascular de embolização de artéria meníngea média –é a artéria que irriga as estruturas da face, nariz, olhos e couro cabeludo. Não é a que irriga o cérebro. A assessoria do Hospital Sírio-Libanês, onde Lula está internado, disse que a medida já estava prevista e não é uma nova cirurgia.
O médico pessoal de Lula, Roberto Kalil Filho, afirmou que o procedimento é “relativamente simples” e de “baixo risco”. Em entrevista a jornalistas na porta do Hospital Sírio-Libanês, declarou que:
o procedimento leva cerca de uma hora;
será feito em uma sala de cateterismo e não em um centro cirúrgico;
Lula receberá uma sedação ou anestesia;
não haverá atraso na previsão de alta;
o dreno na cabeça do petista será retirado durante o procedimento.
“A gente não pode falar que o risco é zero, mas um risco de uma embolização de um subdural crônico é realmente muito baixo, porque a gente nem vai trabalhar nas artérias que irrigam o cérebro em si”, disse ao Poder360 o neurocirurgião do Hospital de Base do Distrito Federal e da DF Neuro Victor Hugo Espíndola.
Especialista em doenças cerebrovasculares, Espíndola disse que, em um procedimento deste tipo, os médicos fazem uma punção –ou seja, um furo– na virilha do paciente. Um cateter inserido pela artéria femoral “navega” pelo corpo até a artéria meníngea média, na cabeça.
Por meio do cateter, os médicos vão injetar uma substância para fechar a cápsula responsável pelo sangramento. “A gente pode utilizar duas substâncias: micropartículas, que são pequenas esferas que vão se depositando e vão fechando na artéria, ou, mais comumente, um agente líquido embólico, que é uma espécie de cola, porque vai obstruir essa artéria e, consequentemente, tirar a irrigação da cápsula”, diz Espíndola.
O procedimento reduz a possibilidade de novos sangramentos.
O tempo de recuperação previsto é de 24 a 48 horas. A equipe médica de Lula vai conceder uma entrevista a jornalistas às 10h, no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
Com informações de Poder 360