Entidades envolvidas em operação no INSS têm elos com centrão e PT

23 de Abril 2025 - 19h36
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A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram, nesta quarta-feira (23/4), uma operação contra fraudes bilionárias em pagamentos do INSS. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em entidades com ligações políticas, como:

Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) – com vínculos com o centrão.

Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) – historicamente ligada ao PT.

O que aconteceu
Segundo fontes do INSS, a Conafer teria atuado de forma mais agressiva, com forte crescimento em número de filiados e faturamento após parcerias firmadas por André Fidelis, ex-diretor de benefícios do INSS. Fidelis, exonerado em julho de 2024, teria autorizado descontos em aposentadorias em troca de “serviços” oferecidos por associações.

A atuação dele foi considerada tão independente que ele teria dito que “não respondia ao presidente do INSS”. O então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após a operação, embora sua saída já estivesse prevista. Stefanutto era visto como técnico e havia tentativas do ministro Carlos Lupi (PDT) de mantê-lo no cargo.

E a Contag?
A Contag, ligada a sindicatos de trabalhadores rurais e ao PT, também teve os descontos associados multiplicados. Surpreendeu servidores, pois era vista como “organizada e republicana”. O uso de declarações sindicais para comprovar aposentadorias rurais foi facilitado até 2019, e apesar de mudanças na legislação, brechas permaneceram.

O esquema
Valores descontados: entre R$ 20 e R$ 50 por pessoa.

Impacto: milhões de aposentados foram atingidos por cobranças recorrentes e automáticas.

Justificativa do INSS: a operação era “questão de tempo”, já que tentativas de correção vêm desde gestões anteriores.

CNN Brasil