IBGE de Lula confunde formação da Terra em 70 milhões de anos

18 de Junho 2024 - 17h59
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) distribuiu a nova versão do Atlas Geográfico Escolar com erros em mapas que mostram a formação dos atuais continentes da Terra.

A 9ª versão do Atlas Geográfico Escolar, que ficou conhecida por colocar o Brasil no centro do planisfério, apresenta uma sequência que troca os mapas dos períodos Jurássico (o qual diz ter sido há 135 milhões de anos atrás) e Cretáceo (65 milhões de anos). Uma diferença de 70 milhões de anos. A sequência também traz informações incorretas sobre a idade e a duração dos períodos geológicos.

O IBGE reconheceu as falhas e diz que prepara uma errata (leia mais abaixo). O órgão não respondeu à reportagem quantos exemplares foram distribuídos. A reportagem questionou o instituto por email e telefone 4 vezes desde o dia 23 de maio, sem resposta. O presidente do instituto, Marcio Pochmann, disse em publicação no X (ex-Twitter) que seria enviado um exemplar impresso para cada uma das escolas públicas do Brasil (são 178 mil escolas, de acordo com o Censo Escolar). A versão com erro continuava disponível para download no site do IBGE até a publicação deste texto.

O atlas traz uma sequência incorreta da separação dos continentes no planeta. Mostra o movimento das placas tectônicas dividindo os continentes a partir do período Permiano (de 300 a 250 milhões de anos). O afastamento dos continentes é corretamente mostrado no 2º mapa da sequência, que retrata o período Triássico (de 250 a 200 milhões de anos atrás).

O mapa seguinte, no entanto, mostra um nível de separação dos continentes no período Jurássico que não corresponde ao indicado pelas referências atuais de estratigrafia (ramo da geologia que estuda as camadas de rochas). Já no 4º mapa, os continentes voltam a se aproximar, o que também não condiz com o conhecimento que se tem da formação do planeta.

Alguns dos períodos geológicos são retratados com datas em desacordo com a versão mais atual do gráfico internacional de cronostratigrafia da Comissão Internacional de Estratigrafia.

Com informações do Poder360