
A investigação da Polícia Federal que atinge o jogador do Flamengo Bruno Henrique Pinto detalhou a existência de veículos que somam R$ 2,8 milhões no nome do jogador e de uma empresa na qual ele é sócio majoritário. A apuração traz ainda a média salarial do jogador de R$ 731 mil, calculada a partir de vencimentos entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023.
Bruno foi indiciado pela PF por fraude e estelionato em esquema que investigação identificou dez pessoas envolvidas, sendo três com relações familiares com Bruno: o irmão Wander, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso.
O mote da investigação é o recebimento do cartão amarelo na partida contra o Santos, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023, que levantou suspeitas e motivou investigação em agosto do ano passado. A investigação da PF aponta que eles fizeram apostas de valor semelhante, em diferentes casas de apostas e em horários próximos.
Segundo a PF, consta no nome de Bruno apenas um veículo, um carro compacto Toyota Yaris. Há ainda, no entanto, o registro de dez veículos em uma empresa na qual ele é sócio majoritário (80%), dentre eles duas motocicletas e alguns carros de luxo, como três Range Rover e uma BMW. Os veículos são avaliados em R$ 2,8 milhões, de acordo com a tabela Fipe.
Provas
A polícia encontrou, no celular do irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, conversas em que Bruno Henrique aparece avisando a data em que receberia o cartão amarelo. É justamente na partida contra o Santos. Numa das trocas de mensagens, Bruno garante que não receberia o cartão antes: “Não vou reclamar”, “só se eu entrar duro em alguém”, escreve o jogador. Na partida, o atacante recebeu o amarelo e reclamou com o árbitro, levando ao cartão vermelho direto.
Em nota publicada na noite desta terça-feira, o Flamengo se manifestou sobre o indiciamento do atacante Bruno Henrique pela Polícia Federal, por fraude em cartões amarelos recebidos em 2023. O clube afirmou que não foi comunicado oficialmente pelas autoridades e defendeu o “devido processo legal”. Veja a nota completa:
“O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.
O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito.”
O Globo