Lula resiste a corte de gastos e amplia incertezas nas contas públicas do país

30 de Junho 2024 - 14h08
Créditos: Wilton Junior/Estadão

A crise de credibilidade na condução das contas públicas e a escalada do dólar levaram a equipe econômica a defender com mais ênfase a revisão de gastos federais. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou não convencido da necessidade de cortes, ampliando a série de vaivéns na política fiscal. Desde o início do governo, as dificuldades políticas e eleitorais têm dificultado a implementação de iniciativas para ampliar receitas ou cortar gastos, gerando resistência do empresariado e temores de impopularidade.

O ceticismo do mercado começou com o anúncio do ministro Fernando Haddad (Fazenda) de uma trajetória ousada de reequilíbrio baseada na expansão das receitas. A promessa de eliminar o déficit público no ano seguinte foi apresentada em 2023, após uma PEC aumentar os gastos em R$ 168 bilhões. No entanto, a resistência de Lula em fazer contingenciamentos e as mudanças na meta fiscal de 2025, além da crise dos dividendos da Petrobras, contribuíram para a desconfiança.

A equipe econômica agora tem um plano em três etapas elaborado pela Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável pelas decisões fiscais e orçamentárias do governo. A primeira etapa inclui o fortalecimento da governança da JEO para controlar as despesas dos ministérios e a revisão dos benefícios. Em seguida, vêm medidas estruturantes de médio e longo prazo. Uma das primeiras ações será a revisão dos benefícios concedidos pelo INSS, prevista para começar em julho de 2024, visando conter gastos e fechar a proposta de Orçamento de 2025.

Com informações da Folha Press