Unimed Natal define futuro em eleição a ser realizada no dia 31

16 de Março 2025 - 08h18
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A Unimed Natal se prepara para uma eleição decisiva no dia 31 de março, com duas chapas concorrendo ao comando de uma das maiores operadoras de saúde do Rio Grande do Norte. De um lado, o cardiologista Ricardo Queiroz, apoiado pelo atual presidente, Fernando Pinto. Do outro, o ortopedista Márcio Rêgo, candidato da oposição.

Fundada em 1977, a Unimed Natal possui mais de 200 mil clientes, 1,5 mil cooperados e cerca de 1.750 colaboradores. A operadora é formada por centros clínicos, unidades de fisioterapia e reabilitação, laboratórios e recentemente inaugurou um novo Complexo de Saúde Unimed (CSU) na última sexta-feira (14) com a promessa de ser um marco na saúde do Rio Grande do Norte.

Ricardo Queiroz, pela Chapa 1

Com uma carreira de três décadas na medicina e na gestão hospitalar, Ricardo Queiroz, de 55 anos, disputa a presidência da Unimed Natal pela Chapa 1. Formado pela UFRN em 1992, o cardiologista ocupa atualmente um assento no Conselho de Administração da cooperativa. Ao longo da carreira, atuou no Instituto do Coração em São Paulo, dirigiu o setor de saúde da Polícia Militar do RN por cinco anos e é professor da UFRN desde 2002.

Para Ricardo Queiroz, a melhoria da remuneração dos cooperados é um de seus principais compromissos. “Temos que garantir um mercado de trabalho aquecido e aumentar os honorários médicos. Para isso, é essencial manter a sinistralidade abaixo de 85%, controlar os custos hospitalares e vender melhor os planos de saúde”, argumenta. A projeção é conquistar pelo menos 20 mil novos beneficiários, mesmo em um cenário econômico desafiador.

Dentro da gestão, o médico cardiologista acredita que a Unimed precisa manter o atual equilíbrio financeiro e seguir uma política de sustentabilidade econômica. Segundo ele, a cooperativa hoje se encontra em um estado de estabilidade financeira, com mais de sete meses encerrando com resultado positivo e queda progressiva da sinistralidade.

A inauguração do Complexo de Saúde da Unimed Natal é um dos pilares da proposta de Queiroz. O candidato destaca que o empreendimento será um marco histórico para a cooperativa, com mais de 350 leitos e impacto significativo no mercado de trabalho. “Teremos um hospital de excelência, com estrutura moderna e processos tecnológicos que permitirão melhorar a eficiência”, explica. A previsão é que a unidade concentre procedimentos de alta complexidade, reduzindo despesas externas.

Mesmo com a expansão da rede própria, o candidato reforça que manterá as parcerias com hospitais da rede aberta, além de todas as clínicas credenciadas que atendem esses clientes. “O Hospital Rio Grande, o Hospital São Lucas, a Liga Contra o Câncer, a Policlínica e o Hospital Memorial seguirão atendendo nossos beneficiários”, assegura. Para ele, a combinação de um hospital próprio moderno e a rede aberta qualificada permitirá melhorar a assistência aos clientes.

Outro ponto da chapa é o investimento em tecnologia. Entre as propostas, está a implementação de inteligência artificial para otimizar os atendimentos. “O médico não perderá tempo preenchendo formulários manuais. O sistema reconhecerá a voz e registrará automaticamente no prontuário eletrônico”, explica. Segundo ele, isso reduzirá erros e aumentará a eficiência nos atendimentos. Mais uma inovação prevista é um prontuário universal integrado, que permitirá o compartilhamento de informações médicas entre as unidades da Unimed.

No que se refere à governança, Queiroz promete uma gestão “transparente e participativa”. A chapa defende a profissionalização e a manutenção de uma política financeira responsável. “Temos que entender o mercado, saber vender nossa marca, reduzir custos e investir em tecnologia”, pontua.

Entre as medidas para aproximar a diretoria dos cooperados, está a criação de uma filial da Casa do Cooperado dentro do CSU, facilitando a resolução de problemas. Além disso, ele promete implantar um programa chamado “Fale com a diretoria”, onde todos os diretores da gestão terão que reservar pelo menos um turno na semana para agendamentos de diálogo com o cooperado.

Márcio Rêgo, pela Chapa 2

O ortopedista Márcio Rêgo, de 45 anos, disputa a presidência da Unimed Natal liderando a Chapa 2, que representa a oposição na eleição da cooperativa. O candidato tem experiência no Conselho Fiscal e no Conselho de Administração, além de ter presidido a Sociedade Brasileira de Ortopedia. Ele também possui um MBA em Gestão em Saúde pela FGV e atua como médico do time profissional do América.

Segundo ele, a decisão de concorrer foi motivada pela preocupação com os rumos da cooperativa. “Tenho oito anos de experiência nos conselhos da Unimed, quatro no Conselho de Administração e quatro no Conselho Fiscal. O que nos preocupou foi a piora dos números da cooperativa nas despesas administrativas, assistenciais e comerciais. O clima organizacional da empresa também é um fator preocupante”, afirma.

A principal proposta da Chapa 2 é tornar a gestão mais profissionalizada e transparente, garantindo um modelo administrativo baseado em governança corporativa eficiente. “Nossa proposta baseia-se no fortalecimento das boas práticas de governança, no fortalecimento da gestão financeira e na modernização dos processos administrativos e assistenciais”, explica. Entre as medidas, estão a auditoria das contas e contratos da cooperativa, revisão do modelo de remuneração dos cooperados e a criação de um canal de comunicação direta com os médicos.

A chapa também defende uma gestão mais rígida nos custos administrativos e comerciais, visando garantir sustentabilidade financeira. “A sustentabilidade passa por centralizar as ações na figura do cooperado. Se ele está satisfeito, ele entra no jogo, ajuda na gestão e nos custos”, destaca. Segundo ele, a Unimed já foi a maior operadora de planos de saúde do estado e hoje ocupa a segunda posição.

Sobre o Complexo de Saúde da Unimed Natal (CSU), Márcio Rêgo reconhece a importância da nova estrutura, mas alerta para a necessidade de uma gestão profissionalizada para evitar riscos financeiros. “O novo complexo é um grande avanço para a Unimed, desde que seja conduzido com transparência e planejamento estratégico”, pondera. Ele defende um modelo de gestão hospitalar com a incorporação de métodos utilizados em instituições como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês.

Um dos temas centrais da campanha do ortopedista é a valorização dos cooperados. Ele critica a falta de equilíbrio na distribuição da rede assistencial, o que, segundo ele, afeta tanto beneficiários quanto médicos. “Hoje, há excesso de demanda em algumas especialidades e baixa oferta em outras. Isso gera dificuldades para o paciente e prejudica o cooperado”, argumenta. A proposta é criar um canal aberto direto com o cooperado, equilibrar a rede assistencial, ampliar serviços próprios com planejamento e renegociar contratos.

A inovação também faz parte das propostas da chapa, com o compromisso de tornar a Unimed Natal mais eficiente e acessível, com um Núcleo de Inovação formado por cooperados com expertise em tecnologia e transformação digital na saúde. Entre os projetos estão a ampliação da telemedicina, implantação de um portal integrado para agendamento de consultas e histórico médico, e uso de inteligência artificial para otimizar autorizações e reduzir burocracia. “Nosso compromisso é tornar a Unimed Natal mais moderna e eficiente, sem comprometer sua sustentabilidade”, ressalta.

Fonte: Tribuna do Norte

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