105 anos do Sport Club de Natal

15 de Novembro 2020 - 04h57
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Neste dia, há 105 anos, nascia o Sport Clube de Natal, tendo como fundadores Frederick Ernest Holder (gerente da filial da Standard Oil Company e principal incentivador), Jose Chaves, Augusto Gomes, Tasso Leite, Clodoaldo Backer, Adalgiso Santiago, Florêncio Damasceno, Rodolfo Maranhão, Godofredo de Brito, Euclides Pinto Martins e José Lopes.

O clube foi constituído 43 (quarenta e três) dias após o Centro Náutico Potengi, e por muito tempo essas duas agremiações polarizaram a atenção dos aficionados pelo esporte (em 1996 foi fundado o Clube de Regatas União).  O Sport e o tradicional adversário foram fundados no mesmo ano que ABC, América e Alecrim.

As cores do clube são por influência do fundador principal, que era pernambucano e torcedor do rubro-negro recifense. O clube hoje está encravado na Rua Chile, na Ribeira e conta com razoável espaço onde são guardados os ioles, skiffs e canoes, muitos deles batizados com o nome de uma expressão da história rubro-negra, além do tanque onde os amadores são iniciados antes de entrar na água e uma prateleira com troféus que remontam a vetustas premiações, como uma datada de 04.09.1938.

Nos anos 20, pouco tempo após a sua fundação, o Sport começou a ganhar projeção. Em 1922, na regata de comemoração do Centenário da Independência, impôs ao rival derrota em todos os páreos, inclusive na natação, com Salviano Gurgel.    

Numa década considerada de ouro, a empolgada direção do Sport decidiu estender a participação do clube também no campeonato de futebol, o que ocorreu nos anos de 1924, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1933, 1934, 1935 e 1936.   

O remo, até os anos 60, disputou com o futebol a hegemonia do esporte na capital. As glamourosas e disputadas regatas, no rio Potengi, atraiam o povo para assisti-las e a incentivar os atletas, sempre contando com a presença de altas autoridades.  

Fizeram parte da diretoria do clube, ao longo dessa história centenária, nomes como Luiz da Câmara Cascudo, João Cláudio de Vasconcelos Machado, José Gurgel Guará, Geraldo Belo Moreno (talvez o maior nome da história do clube), Clidenor Lago,  Neury Abrantes, Fernando Nesi, Domingos Guará e outros.

O Sport Clube de Natal contribuiu com vários nomes que se destacaram vestindo o seu uniforme como: os irmãos Gurgel - José, Manoel e Salviano -, Milton Gurgel, Leônidas Bonifácio, Ricardo da Cruz, Francisco de Paula Madureira, José Gomes, Moisés Dieb, Belizário Dantas, Inácio Dantas, Aluízio Leite, Luiz Enéas, Oscar Simões, Walter Fernandes, Nagib Salha, Eduardo Gurgel, Geraldo Belo Moreno, Lupercio Calixto, Dante de Melo Lima, André Luiz de Melo Lima, Alberto Manso Maciel, José Cícero Graciano, José Ferreira da Silva, Abner Fernandes, José Gilson Campos, Mário Ferreira, Lércio Sales, Gonçalo Marques, Manoel Marques, Cláudio Moreno e Fernando Madruga.

Atualmente, o Sport é presidido pelo advogado Sérgio de Melo Lima, antigo remador e cuja família é tradicionalmente vinculada às cores rubro-negras, tendo na comissão técnica Luiz Felipe Silva, potiguar, atleta do clube e que chegou à seleção brasileira, e hoje também é da comissão técnica da seleção brasileira de Remo-Projeto Remo4.

Uma das crias do Sport Club de Natal, o remador Emanuel Borges, atualmente atleta do Flamengo/RJ, está pré-classificado para disputar a qualificação continental para buscar uma vaga na Olimpíada do Japão.

A história centenária do remo potiguar confunde-se com a do Sport. O maior feito do remo do RN é o famoso raid Natal – Rio de Janeiro, quando 05 (cinco) remadores, sendo 04 do Sport (Ricardo da Cruz, Oscar Simões Filho, Luís Enéas e Walter Fernandes estes últimos substituíram Francisco de Paula Madureira e Clodoaldo Bakker) e mais Antônio de Souza Dantas (convidado ao Náutico), saíram da rampa do Sport a bordo da iole Rio Grande do Norte, e após heróicas remadas chegaram ao Rio de Janeiro, naquilo que a BBC de Londres chamou, a época, do maior feito náutico do mundo.  

O clube está ativo, trabalhando com uma boa base infanto-juvenil, com excelente participação feminina. Além disso, a frequência diária é composta não somente por ex-atletas que retornam para manter a forma singrando o Potengi, mas também um bom número de adultos que descobriram o esporte e juntam a prática esportiva e o contato com a natureza como forma de relaxamento.  

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: Da bola de pito ao apito final (Everaldo Lopes); Os esportes em Natal (Procópio Neto).