Adeus, Nordeste

27 de Junho 2024 - 10h20
Créditos: Montagem Internet

Vi as programações de algumas cidades nordestinas famosas porque tinham grandes atrações de forró durante os festejos juninos e constatei que quem quiser, mesmo, dançar um bom forró pé-de-serra encontrará mais fácil no Rio de Janeiro, em São Paulo...

Tiaguinho e Zé Felipe, Luan Santana, Henrique e Juliano, Leonardo, Denis DJ, Avine Vinny, Natanzinho, Manin Vaqueiro, entre outros dominam Campina Grande, Alagoinhas, etc.

A última vez que fui ao Rio de Janeiro, em 2017, tinha mais opções de saídas para dançar forró pé-de-serra do que em Natal (que não tem uma sequer).

Elba Ramalho, questionada sobre o assunto pela imprensa paulista, disse há dias: “Hoje você precisa ir para São Paulo assistir as bandas de forró e os trios nordestinos que moram e ganham muito dinheiro por lá. Você vê a galera jovem dançando forró. No Nordeste, isso acabou. Em Paris e no Japão, está todo mundo dançando pé-de-serra. Aqui, a gente está botando Alok, que eu amo, mas acho que deve ser cada macaco no seu galho, cada dia no seu dia. Assume logo que não é São João, é um festival”.

A fala de Elba nem é original. Flávio José alertou, ano passado, sobre o que ocorreu por aqui, quando fizeram a banda de forró dele terminar o show trinta minutos antes do combinado para dar mais tempo para Gustavo Lima.

O primeiro que vi se pronunciar sobre o tema foi Alcimar Monteiro. Moeram de pau o grande forrozeiro.

O fato é que estamos abandonando as nossas raízes para trazer, a peso de ouro, cantores sertanejos e assemelhados.

A propósito: não sabia quem era Alok (até hoje) e nunca ouvi Tiaguinho e Zé Felipe, Luan Santana, Henrique e Juliano, Denis DJ, Avine Vinny, Natanzinho, Manin Vaqueiro...

 

Por Sérgio Trindade