Advogada é presa por injúria racial, homofobia e lesão corporal em padaria de SP

22 de Novembro 2020 - 14h18
Créditos:

Uma mulher foi presa em flagrante pela Polícia Militar (PM) por injúria racial, homofobia e lesão corporal contra colaboradores e clientes de uma padaria localizada na Zona Oeste de São Paulo. O caso ocorreu na última sexta (20) e está sendo investigado pela Polícia Civil. Em vídeo que circula nas redes sociais a mulher aparece ofendendo uma funcionária e agredindo um dos clientes do estabelecimento. 

De acordo com o boletim de ocorrência, o documento foi registrado por dois artistas de 24 anos. Eles afirmam que foram à padaria Dona Deôla para jantar e que começaram a filmar a mulher após ela passar a ofender uma garçonete e outro colaborador do estabelecimento devido a "um problema com a comida".

Segundo os jovens, eles que ainda chegaram a dizer que ela "não tinha o direito de ofender" os funcionários. Os rapazes afirmam que depois disso, a mulher passou a se dirigir a eles, chamando-os de "veados" e dizendo que "odeia veados" e que "gays seriam o mal do mundo e que seriam todos aidéticos e que só serviam para passar doenças".

No boletim consta ainda que a advogada ofendeu um dos jovens pela cor da pele. De acordo com o registro, a vítima é parda e a mulher é branca.

Dois funcionários depuseram na delegacia como testemunhas e confirmaram que "presenciaram as ofensas raciais e homofóbicas, o discurso discriminatório em razão da sexualidade das vítimas e as agressões praticadas" contra um cliente.

Neste domingo (22), procurada pelo G1, a advogada Lidiane Brandão Biezok, de 45 anos, alegou que foi provocada por dois clientes e reagiu. Ela afirma ter se excedido e assume ter usado termos homofóbicos, porém negou ter dito racistas: "Eu não tive a mínima intenção em ofender ninguém. Eu me senti acuada, me senti uma vitima ali de uma situação que eu não tinha como sair. Fui agressiva e estúpida mas não tenho nada contra homossexuais. Peço desculpas".

As vítimas não foram encontradas pela reportagem.

Filmagem

Em filmagens que circulam nas redes sociais, a advogada aparece dizendo a uma funcionária: “você ainda trabalha na Dona Deôla. Você não é a rainha da Inglaterra”. Um rapaz rebate: “Ela não está aqui para te servir, amore. Ela não vai te servir”.

Em outro momento, a mulher se dirige a clientes com frases homofóbicas e dá tapas e socos e um rapaz. “Eu não tô falando mais de p* nenhuma. Então aqui é uma padaria gay?. Eu não tô falando p* nenhuma. Seu f* da p*. Você quer me atacar seu f* da p* (e dá tapas)”, afirma a advogada.

 

 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Arrasa (@portalarrasa)

 

O posicionamento da padaria

Dona Deôla se posiciona a respeito de caso de ofensas e agressões na padaria no Dia da Consciência Negra em São Paulo — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Fonte: G1