"Algoz de torcidas organizadas", procurador agora defende grupos por protestos

08 de Junho 2020 - 09h44
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Atualmente Procurador de Justiça criminal em São Paulo, Paulo Castilho se notabilizou pela atuação como promotor em casos envolvendo violência de torcidas organizadas no estado. Algoz dos grupos, foi o grande "pai" da ideia dos clássicos com torcida única durante sua carreira no Ministério Público e chegou a pedir a extinção dos grupos à época.

Mas, mesmo com o posicionamento historicamente contrário, o ex-promotor declarou seu apoio às manifestações das organizadas dos clubes paulistanos em São Paulo. "Torcidas organizadas representam uma camada muito grande e humilde da sociedade, a maioria vem de comunidades. Estão defendendo a democracia, no sentido de preservar os direitos humanos, o judiciário, o ministério público. Cansaram de ver essa opressão autoritária, essas posições de se fechar o congresso, se fechar o judiciário", defendeu.

"Acho esse movimento muito legítimo, pobreza não é defeito, e eles tem que ser recebidos pelas autoridades do mesmo jeito que estão sendo recebidos os burgueses que protestam pela ditadura, pelo fechamento do STF. Eles estavam em uma manifestação pacífica. Menos de um terço da população é favor de ditadura, eles representam 70% da população nesse discurso a favor da democracia", disse o procurador ao Uol.

Antes, porém, quando a questão não envolvia a política e o governo Bolsonaro, a opinião do procurador era bem diferente. Em 206, em matéria publicada pela Agência Brasil, Castilho chegou a considerar que as torcidas organizadas eram uma "subcultura delinquente" e que "nos moldes em que estão agindo, essas associações não deveriam existir”. O procurador defendia a realização de um plebiscito para saber se a sociedade quer o fim dessas entidades e acredita que o resultado seria favorável ao banimento das torcidas organizadas.

Ainda de acordo com o procurador - em 2016, o Estado não poderia ser tão leniente com torcidas que praticam todo tipo de crime, têm ligações com o tráfico de drogas, assaltos, roubos e outros delitos.

*Com informações do Uol e Agência Brasil