Alvos da PF por desvio milionário são ligados a vice-presidente do PT

29 de Fevereiro 2024 - 06h49
Créditos: Billy Boss / Câmara dos Deputados

Pelo menos três alvos da Operação Salus da Polícia Federal, que investigou desvios na Saúde de Maricá, foram indicados aos seus cargos pelo vice-presidente do PT Washington Quaquá. O município é governado há 15 anos pelo PT, oito deles por Quaquá e sete por seu sucessor, o atual prefeito, Fabiano Horta.

Entre os alvos de busca e apreensão e afastamento das funções públicas, estão a secretária municipal de Saúde, Solange Regina de Oliveira, Simone da Costa Massa, diretora do Hospital Che Guevara, e Marcelo Costa Velho Mendes de Azevedo, membro e presidente da Comissão de Avaliação de Desempenho (CAD) do município. Os três foram indicadas por Quaquá.

Além de Quaquá ter emplacado seu sucessor, Fabiano Horta, na prefeitura de Maricá, seu filho, Diego Zeidan, era vice-prefeito de Fabiano Horta. Filho de Quaquá com a deputada estadual petista Zeidan, Diego Zeidan se licenciou da prefeitura de Maricá para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio.

O vice-presidente do PT, que também é vice-líder do partido na Câmara dos Deputados, será candidato novamente em Maricá. Quaquá quer seu terceiro mandato no município.

A investigação da Polícia Federal aponta para um prejuízo estimado em mais de R$ 70 milhões em recursos públicos destinados à saúde.

A investigação foi iniciada a partir do relatório de auditoria de conformidade do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ), realizado na Secretaria Municipal de Saúde de Maricá, no período entre agosto e dezembro de 2022. O documento trouxe indícios de crimes na execução de um contrato de gestão que foi vigente entre os meses de fevereiro de 2020 a 2024 com o Instituto Gnosis, uma organização social de saúde (OSS).

A Prefeitura de Maricá negou os desvios e afirmou que todos os esclarecimentos pedidos pela Justiça serão prestados, assim como o cumprimento de todas as determinações judiciais, como os afastamentos.

Com informações de coluna Guilherme Amado – Metrópoles