Antiviral espanhol reduz 99% da carga viral do novo coronavírus, diz estudo

27 de Janeiro 2021 - 11h56
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O medicamento antiviral plitidepsina, produzido pela farmacêutica espanhola PharmaMar e testado em laboratórios da França e dos Estados Unidos demonstrou reduzir em 99% a carga viral do novo coronavírus.

Os experimentos "in vitro" e "in vivo" já feitos em modelos animais com o medicamento, usado como antitumoral, mostraram uma eficácia antiviral e um perfil de toxicidade promissores, divulgou a empresa espanhola nesta terça-feira (27), após a publicação dos resultados na revista Science.

A conclusão dos autores foi de que a"plitidepsina" é, "de longe", o composto mais potente descoberto até o momento e afirmaram que ele deveria ser testado em ensaios clínicos ampliados para o tratamento da covid-19.

O trabalho foi feito por meio de colaboração entre a PharmaMar e os laboratórios dos pesquisadores Kris White, Adolfo García-Sastre e Thomas Zwaka, nos Departamentos de Microbiologia e Biologia Celular, Regenerativa e de Desenvolvimento da Escola de Medicina Icahn do Monte Sinai, em Nova York; Kevan Shokat e Nevan Krogan, do Instituto de Biociências Quantitativas da Universidade da Califórnia, em San Francisco; e Marco Vignuzzi, do Instituto Pasteur, em Paris.

Os autores disseram que "a atividade antiviral da plitidepsina contra o Sars-CoV-2 ocorre através da inibição de um alvo conhecido (eEF1A)" e asseguraram que o medicamento demonstrou "in vitro" uma forte potência antiviral, em relação a outros antivirais contra o novo coronavírus, e também com toxicidade limitada.

Em dois modelos animais diferentes de infeção pelo vírus, o ensaio demonstrou uma redução na replicação viral, e comprovou diminuição de 99% nas cargas virais nos pulmões dos animais tratados com plitidepsina.

Na publicação, os pesquisadores observaram que, ainda que a toxicidade seja uma preocupação com qualquer antiviral que vise uma proteína de célula humana, o perfil de segurança da plitidepsina está bem estabelecido em humanos e as doses bem toleradas do medicamento usado no ensaio clínico contra a covid-19 são ainda mais baixas do que as utilizadas nesses experimentos.

Os responsáveis peloe estudo concluem que a plitidepsina atua bloqueando a proteína (eEF1A), que está presente em células humanas, e que é utilizada pelo Sars-CoV-2 para reproduzir e infectar outras células. P mecanismo resulta em uma eficácia antiviral também "in vivo".

"Acreditamos que os nossos dados e os resultados positivos iniciais do ensaio clínico da PharmaMar sugerem que a plitidepsina deve ser seriamente considerada para ensaios clínicos ampliados para o tratamento da covid-19", dizem os pesquisadores.

No momento, a PharmaMar está em negociação com diversos órgãos reguladores para começar os ensaios previstos para a fase 3.

Fonte: R7