Até onde pode ir o preço do combustível no Brasil e no mundo

19 de julho 2021 - 14h22
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Não é de hoje que a gasolina, o diesel e outros derivados do petróleo têm se tornado cada vez mais caros. Em 2020, os combustíveis já encareceram — e os valores que pareciam ter atingido um patamar já suficientemente elevado, subiram mais degraus em 2021. E a alta pesou no bolso do consumidor.

E não só no Brasil: uma estimativa da American Automobile Association (AAA) aponta que a gasolina nos Estados Unidos pode aumentar para um valor recorde em sete anos.

No domingo (13), um galão de gasolina em algumas cidades norte-americanas custava US$ 3,14 (cerca de R$ 16,23) — quase US$ 1,00 a mais do que em julho do ano passado. No Brasil, um galão custa, em média US$ 4,22 (ou R$ 21,82, na cotação atual).

Segundo o site GlobalPetrolPrices, que monitora o valor do combustível, Hong Kong tem o galão de gasolina mais caro do mundo, a US$ 9,66, enquanto a Venezuela tem o mais barato, custando US$ 0,076. No Reino Unido, onde a gasolina é mais cara do que no Brasil, um galão custa US$ 6,95. 

Vai aumentar mais?

Para os especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, a resposta é sim, mas somente a médio prazo. 

Para Pires, a tendência é que o dólar, apesar da queda recente, suba novamente. "Estamos perto das eleições presidenciais, e o dólar sempre sobe nesse momento. As eleições de 2022 terão muito risco político, e isso repercute no câmbio", diz. "O valor deve aumentar ainda mais e o petróleo segue na trajetória de crescimento."

Mas, para Feldmann, da FEA-USP, essa pode ser "a última alta do petróleo". Isso porque, a longo prazo, a tendência é que cada vez mais nações deixem de lado o uso do óleo como combustível, com a migração para uma economia de baixo carbono, por meio da adoção de fontes renováveis de energia, como já vemos no movimento das fabricantes de automóveis, investindo cada vez mais em veículos elétricos

"O petróleo já está entrando em sua fase final, porque é um compromisso dos principais governantes do mundo reduzir as emissões poluentes na atmosfera. O petróleo não vai morrer, ele vai continuar sendo necessário para outras coisas, como para a fabricação de plásticos. Mas isso vai demorar", afirma. 

Até lá, é esperar. Daqui para o ano que vem, com mais países se recuperando da pandemia, mais petróleo será necessário — o que vai aumentar a demanda, sem aumentar a oferta. 

"E essa recuperação precisa de combustível. A gasolina e o petróleo são os principais", diz Feldmann. 

*Com informações de Agência Brasil e Matt Egan, do CNN Business