
Trabalhadores terceirizados que atuam nas cozinhas de escolas estaduais do Rio Grande do Norte paralisaram suas atividades na manhã desta quinta-feira (20) em Natal e em outras cidades do estado, como Ceará-Mirim, Monte Alegre, Espírito Santo e Várzea. Eles cobram o pagamento dos salários de janeiro e fevereiro e protestam contra os recorrentes atrasos. No fim do dia, o Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares do RN (SindHoteleiros) informou que os pagamentos começaram a ser efetuados, permitindo o retorno dos trabalhadores aos seus postos. No entanto, ainda há pendências relativas ao pagamento de férias, vale-alimentação e depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A empresa responsável pelos contratos é a JMT Service, que, em seu site, lista como clientes órgãos e secretarias dos governos estadual e federal, além da Prefeitura de Natal. A Secretaria de Educação e Cultura do Estado (SEEC/RN) afirmou que está em dia com os pagamentos à JMT. “A empresa foi notificada e se comprometeu a realizar os pagamentos até ontem [19 de janeiro]. Como não foi realizado, a SEEC notificou novamente a empresa”, informou a pasta.
De acordo com o presidente do SindHoteleiros/RN, Sandoval Lopes, os pagamentos começaram a ser efetuados após as manifestações. “Mas ainda há pendências de vale-alimentação, férias não pagas e FGTS não depositado. Não temos um levantamento exato, mas estimamos que entre 450 e 500 trabalhadores estejam nessa situação em todo o estado”, afirmou.
Apesar do nome vinculado ao setor hoteleiro, o sindicato também representa trabalhadores de outras áreas, como nutrição (merendeiros, cozinheiros, auxiliares de cozinha e copeiros) e lavanderia. Sandoval Lopes ressalta que, embora os funcionários voltem ao trabalho após o pagamento dos salários, a mobilização para garantir o fim dos atrasos e a regularização dos direitos trabalhistas continua. “Quando os salários são pagos, os trabalhadores tendem a se acalmar, mas, ao elaborar o edital de greve, já incluímos todas as pendências. A empresa tem atrasado os pagamentos com frequência e desta vez o atraso chegou a 15 dias”, disse.
No Centro Estadual de Educação Profissional (CEPE) João Faustino, no bairro Pitimbu, as aulas em período integral foram reduzidas para meio período, uma vez que os trabalhadores terceirizados só atuaram pela manhã. O funcionamento também foi prejudicado na Escola Estadual Professor Gaspar, em Monte Alegre.
Com informações de Tribuna do Norte