Capacidade eólica no Nordeste e no RN supera a de países europeus, aponta SENAI

12 de Março 2022 - 12h45
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A potência instalada em parques eólicos onshore, em terra, na região Nordeste do Brasil, em 2021, supera a soma de sete países europeus e confirma a região – e o Rio Grande do Norte – como “oásis de vento para o mundo”, aponta análise divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).

As conclusões tomam por base uma comparação entre dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e relatório divulgado no final de fevereiro pela associação europeia de energia eólica WindEurope, com estatísticas e projeções para o setor.

De acordo com os dados, 3,7 Gigawatts (GW) foram liberados para operação comercial em parques eólicos no Brasil, no ano passado – distribuídos entre Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Piauí – enquanto que na soma de Reino Unido, Dinamarca, Espanha, Noruega, Finlândia, Polônia e Ucrânia, a potência instalada ficou em 3,6 GW.

O Rio Grande do Norte teve 1,5 GW liberados no período, 40,54% do total nacional e maior fatia entre os estados com sinal verde para operação das usinas. O número supera os registrados isoladamente por 12 países, incluindo Reino Unido, com 328 Megawatts (MW), Turquia (1,4 GW), Holanda (952 MW), França (1,2 GW), Rússia (1,13 GW), Dinamarca (149 MW), Espanha (750 MW), Noruega (672 MW), Finlândia (671 MW), Polônia (660 MW), Ucrânia (359 MW) e Grécia (338 MW). A potência potiguar, aponta a análise do ISI-ER, é ultrapassada apenas por Suécia (2,1 GW) e Alemanha (1,9 GW).

“O Rio Grande do Norte vem sobressaindo a nível nacional, e inclusive mundial, na produção de energias limpas e traz na sua matriz energética, entre solar e eólica, grandes possibilidades de ser o maior produtor do mundo de energias. Isso nos coloca numa posição totalmente diferenciada, inclusive neste momento em que os olhos se voltam para o potencial de produção do hidrogênio verde”, analisa o presidente do Sistema FIERN, que engloba além da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, o SESI, o IEL e o SENAI no estado, Amaro Sales de Araújo.

A expectativa, diz ele, é de que “essa grande quantidade de energia possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento do estado e do Brasil, e de que essa produção implique para o povo deixar de pagar bandeiras amarela e vermelha que encarecem a conta de luz, assim como de que sirva de incentivo à participação de outras empresas no setor, para captar essas energias”.
 
No total, foram instalados 17,4 GW em parques eólicos na Europa em 2021, dos quais 14 GW, ou 81%, estavam em terra, e 3,4 GW no offshore, no mar – uma frente de investimentos em que os primeiros projetos estão à espera de licenciamento no Brasil e em que o Rio Grande do Norte é apontado como uma das zonas mais promissoras para investimentos. “Pesquisas desenvolvidas pelo nosso Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis e confirmadas por instituições reconhecidas no mundo aumentam ainda mais a credibilidade sobre a atratividade do nosso estado”, acrescenta Sales.