Casas Bahia usou caixa de lojas para pagar garotas de programa para fundador

30 de Dezembro 2020 - 07h39
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A rede de lojas Casas Bahia foi condenada pelo menos seis vezes ao pagamento de danos morais a seus funcionários. Em todas as situações, o mesmo enredo: jovens garotas, às vezes de 16 anos, apontadas como "garotas de programa", compareciam a diferentes lojas da rede, onde, autorizadas pelo fundador da empresa, Samuel Klein, furavam filas de clientes e recolhiam, do caixa das unidades, pagamentos que variavam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil.

As situações foram consideradas pela Justiça atentatórias à dignidade dos profissionais.

UOL detalhou na última sexta-feira o esquema de aliciamento, prostituição e abusos sexuais de Saul Klein, filho do fundador —Samuel morreu em 2014.

As decisões judiciais indicam semelhanças entre as ações de pai e filho: jovens garotas que se relacionavam sexualmente com os empresários, em grupo, e depois recolhiam pagamentos —no caso de Samuel, em lojas da rede.

Segundo elas, havia o uso irrestrito da estrutura e recursos da Casas Bahia para a remuneração de jovens garotas que viajavam a São Paulo para passar dias com Samuel Klein. Depois das viagens, retiravam nas lojas grandes quantias em dinheiro ou mercadorias.

O advogado de Samuel Klein, João da Costa Faria, disse que os fatos são "altamente atentatórios à memória de um empresário venerado em todo o país, principalmente, por atos de inigualável solidariedade humana, com predominância aos menos favorecidos". "É lamentável que, na busca de fatos midiáticos, se permita tentar macular uma enraizada e inabalável imagem.".

Com informações de UOL