A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou risco de colpaso no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em relação ao monitoramento de desmatamento no Brasil. Vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o INPE depende imagens de satélite fornecidas por governos estrangeiros e de softwares desenvolvidos por empresas privadas.
As conclusões estão em relatório que avaliou os programas “Queimadas” e “BiomasBR”, voltados ao monitoramento do desmatamento e das queimadas no território nacional.
“Verificou-se que os dois programas analisados, “Queimadas” e “BiomasBR”, dependem de imagens obtidas de governos estrangeiros e também do software MS3, desenvolvido por uma empresa privada, para a geração das imagens de satélite”, aponta o documento.
A CGU considera que essa dependência representa um risco à continuidade dos programas.
A auditoria também destaca a concentração de conhecimento técnico em um número reduzido de servidores responsáveis pela execução das atividades. Conforme o relatório, a saída desses profissionais poderia comprometer a continuidade dos programas.
No caso do “Queimadas”, foi identificado apenas um servidor com atribuição direta na operação; já o “BiomasBR” conta com dez servidores.
CGU: falta estrutra ao INPE
O relatório também informa que o INPE constituiu um grupo de trabalho com o objetivo de mitigar os riscos identificados.
Entre os fatores apontados para o atual cenário, a CGU menciona a ausência de lançamentos de novos satélites nacionais, a falta de uma gestão formal de riscos e a inexistência de um controle estruturado para a alocação da força de trabalho.
Metrópoles