
O presidente dos Correios, Fabiano Silva, está no centro de uma disputa política que envolve pressões internas do governo e o interesse direto do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) em assumir o comando da estatal.
Em reunião recente com diretores da empresa, Fabiano relatou ter recebido uma sugestão da Casa Civil para demitir cerca de 10 mil funcionários e vender imóveis da estatal. As medidas, defendidas pelo ministro Rui Costa, teriam como objetivo levantar cerca de R$ 2 bilhões para aliviar o rombo financeiro da estatal, que fechou 2024 com prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
Apesar da pressão, Fabiano resiste às propostas. Ele teria dito a aliados que não deseja ser lembrado como o presidente que facilitou a privatização dos Correios. Sua proposta é limitar os cortes aos funcionários que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV).
O encontro entre Rui Costa, Fabiano e a ministra da Gestão, Esther Dweck, teria sido tenso, e o presidente dos Correios buscou apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pedindo um aporte de R$ 1 bilhão para 2025. No entanto, Haddad não assumiu compromisso com a solicitação.
Nomeado por influência do advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas e aliado próximo de Lula, Fabiano já sinalizou que não pretende permanecer no cargo após o fim do seu mandato, em 6 de agosto de 2025. Apesar disso, a ala do Prerrogativas demonstra insatisfação com a fritura pública do aliado.
Nos bastidores, Davi Alcolumbre articula para emplacar um nome do União Brasil no comando dos Correios, reforçando que a legenda já controla o Ministério das Comunicações, ao qual a estatal é vinculada.