China passa a fazer testes retais para detectar covid-19, diz TV estatal

27 de Janeiro 2021 - 11h36
Créditos:

A China está usando testes retais para detectar a covid-19 em pessoas de risco e viajantes que chegam do exterior.

O país asiático tem conseguido conter a pandemia com testagem em massa e lockdown onde há registro de novos casos. Nas últimas semanas, porém, surtos locais têm levado ao teste de dezenas de milhares de pessoas pelo método PCR.

Geralmente, as amostras são retiradas do nariz ou da garganta, mas moradores de diversos bairros de Pequim, onde há casos recentes, têm sido submetidos a testes retais, de acordo com a emissora pública CCTV. A medida também está sendo usada com pessoas que estão em quarentena obrigatória em hotéis, incluindo viajantes do exterior.

O médico Li Tongzeng, do hospital You'an, em Pequim, disse à CCTV que o teste retal "aumenta a taxa de detecção de pessoas infectadas" porque o coronavírus fica mais tempo no ânus do que no trato respiratório.

A TV estatal divulgou ainda que os testes retais não serão generalizados porque "não são práticos o suficiente". "Considerando que coletar swab anais não é tão conveniente quanto os de garganta, no momento apenas grupos-chave, como aqueles em quarentena, recebem ambos", disse Tongzeng.

Em Pequim, mais de mil crianças e professores foram testados pelo ânus, garganta e nariz na semana passada, além de fazer o teste de anticorpos, informou a Bloomberg. Os exames foram feitos depois da descoberta de um caso assintomático, segundo autoridades locais.

Na segunda-feira (25), passageiros de um voo de Changchun (capital da província de Jilin) para Pequim tiveram de desembarcar após autoridades identificarem que havia uma pessoa de uma área tida como de alto risco para transmissão do vírus a bordo. De acordo com a Bloomberg, os passageiros foram levados a um hotel, onde foram coletadas amostras pelo nariz e pelo ânus.

Nas redes sociais, chineses têm reagido aos testes. "Não é muito doloroso, mas é super humilhante", disse um usuário da rede social Weibo.

Fonte: G1