Chocolates inclusivos: aromas e sabores chegam ao mercado potiguar

05 de Agosto 2019 - 12h11

 

A marca de chocolates Tnuva chega ao Rio Grande do Norte com um mix variado de produtos. A iniciativa empreendedora nasceu de uma necessidade particular de uma mãe com dois filhos alérgicos.

 

Vamos começar essa reportagem lançando um desafio: qual de vocês conhece alguém ou mesmo tem histórico familiar de alergia ou intolerância alimentar? Apesar de termos essa resposta de forma imediata, no Brasil, não há estatísticas oficiais sobre o assunto, porém, a prevalência parece se assemelhar à literatura internacional, que mostra que cerca de 8% das crianças com até dois anos de idade e 2% dos adultos sofrem algum tipo de alergia alimentar. Os dados foram divulgados na Semana Mundial de Alergia 2019, iniciativa da World Allergy Organization (WAO) e que no Brasil é organizada pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

 

Mais de 170 alimentos são considerados potencialmente alergênicos, apesar de uma pequena parcela deles ser responsável por um maior número de reações: leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar.

 

Porém, cabe fazer essa importante distinção do que é alergia e intolerância alimentar. Fomos buscar essa informação com o especialista em gastropediatria, Dr. Neftali Macêdo Júnior.

 

"A alergia é uma reação imunológica que não depende de quantidade para desencadear sintomas. A intolerância alimentar é uma dificuldade na digestão de algum alimento e que geralmente depende de uma maior quantidade para apresentar sintomas. Ambas têm caráter genético importante, geralmente há histórico na família de casos semelhantes". 

 

Dr. Neftali explica ainda, que a alergia é mais frequente na primeira infância por ser o período dos primeiros contatos com àqueles alimentos. Já a intolerância é mais frequente no início da vida adulta, porque o organismo vai perdendo a capacidade de produzir algumas enzimas responsáveis pela digestão de algumas substâncias.

 

Porém, essa descoberta é geralmente envolta por episódios traumáticos para a família. Não foi diferente para a administradora, Munique Carlos, mãe de Eduardo (5) e Pedro (1 ano e 4 meses), ao descobrir a alergia do primeiro filho.

 

 "O primeiro contato foi em um domingo de páscoa, como uma típica mãe de primeira viagem ofertei o leite em casa como uma forma de teste para quando o momento da complementação fosse realmente inevitável. Foi muito rápida a reação. Ele aceitou super bem a mamadeira, em poucos minutos começou a apresentar vermelhidão no corpo inteiro, a partir daí foi o caos. Coriza intensa, extremidades do corpinho ficando roxas, cansaço. Chegamos em um pronto socorro absurdamente lotado e eu aos gritos e prantos gritando que meu filho estava morrendo! Passamos direto, estava com sinais de edema de glote. Adrenalina. Aos poucos as coisas foram normalizando. Diagnóstico fechado: alergia a proteína do leite de vaca".

 

Ainda segundo Munique, o diagnóstico foi decisivo para a família se reinventar. Tudo que tivesse leite e derivados foi abolido da casa - de material de limpeza a cosméticos. Outra mudança inevitável foi de ordem comportamental, com as restrições alimentares advindas da alergia a proteína do leite, os compromissos sociais ficaram restritos.

 

"É impressionante como o leite está em tudo. Os aniversários ficaram restritos aos dos familiares com controle total do cardápio, na escola sempre procuro ficar responsável pelos lanches coletivos, para que ele possa participar com segurança, as mães já sabem das nossas restrições e aceitam super bem essa questão do 'lanche de Eduardinho' ser compartilhado com todos os colegas. Os cuidados são muitos e constantes", enfatiza Munique.

 

Para a psicóloga cognitiva e comportamental de crianças e adolescentes, Amanda Palácio, é fundamental buscar informações sobre o assunto para repassá-las e fazê-los entender e aceitar a condição diferenciada de uma maneira que não sofram com isso.

 

"Em um primeiro momento, a autoestima pode ser afetada pela ideia de 'ser diferente'. A criança ou o adolescente se percebem comendo alimentos diferenciados dos outros e principalmente, sem poder comer o que é comum a todos. Portanto, um dos objetivos iniciais da psicoterapia nestes casos é naturalizar o diferente. Após esse primeiro momento é feita a exposição gradual aos rótulos de alimentos não permitidos, para que ela conheça e saiba o que fazer caso seja oferecido algo que ela não possa consumir. Dessa forma, a criança conseguirá dizer 'Obrigado, mas eu não posso' com leveza e naturalidade", explica Amanda.

 

Outro ponto que merece atenção, segundo a psicóloga, é trabalhar o medo relacionado a possíveis reações ao experimentar novos alimentos. Dessa forma, seguindo todas as orientações passadas pelo médico, a possibilidade de experimentar os novos alimentos continua existindo.

 

 

 

Alimentos inclusivos

 

Para atender o público com necessidades alimentares restritivas e tornar a vida dos alérgicos mais simples, a indústria alimentícia tem passado por uma intensa transformação, tanto na variedade em produtos ofertados, bem como mudanças nos rótulos dos produtos, com especificações dos potenciais agentes alergênicos, de acordo com uma lei brasileira de 2016, que obriga fabricantes a listar prováveis ingredientes alergênicos no rótulos dos industrializados. A iniciativa também é fortalecida com o movimento de mães de crianças alérgicas, nomeada “Põe no rótulo”.

 

A variedade de produtos oferecidos têm aumentado com o passar dos anos, atualmente é possível encontrar estabelecimentos com inúmeras opções. Assim como as indústrias, essa necessidade tornou-se um nicho que tem alavancado o lado empreendedor de muitos brasileiros.

 

Um exemplo disso é a nossa personagem da matéria, que ao confirmar que o segundo filho também era alérgico, aliou à vontade e se tornou empreendedora impulsionada pelas necessidades vividas dentro de casa.

 

 "A chegada da alergia em nossa vida e a falta de variedade de produtos voltados para essa público impulsionaram o processo. A possibilidade de trazer produtos saborosos, seguros não só para a minha família, mas para outras pessoas que tem uma alimentação diferenciada (seja por opção ou por uma questão de saúde) é uma grande motivação", explica Munique.

 

Foi assim que após dois anos de tentativas, tornou-se distribuidora exclusiva dos chocolates Tnuva no mercado potiguar. A empresa paulista é pioneira no país na fabricação de chocolates sem leite, sem glúten ou qualquer ingrediente de origem animal. Os produtos têm certificação Kosher, que significa uma alimentação baseada em preceitos judaicos, o que garante uma fiscalização das matérias primas utilizadas, bem como o conhecimento de sua procedência. Isso nos dá a garantia e segurança de não estar utilizando elementos de origem animal na produção (fonte: site tnuva.com.br).

 

O mix de produtos é bastante variado, com opções de trufas, tabletinhos, língua de gato branco e preto, pastilhas coloridas, gotas de chocolate, chocolate 70%, belga (possui lecitina de soja/maquinário exclusivo), meio amargo, com frutas e barras para uso culinário.

 

A empresa possui representações em 10 estados brasileiros, e no Rio Grande do Norte, a Nadica de Leite é o caminho que aproxima os consumidores do saboroso chocolate, que não deixa nada a desejar aos tradicionais.

 

A administradora, sobretudo mãe de duas crianças com alimentação restritiva, que assim como outras tantas, são seduzidas pelo aroma e sabor do chocolate, sente-se realizada pelo encontro com a marca, que agrega segurança, qualidade e sabor. A variedade de utilização dos produtos é outro destaque nas receitas culinárias, com brownie, bolos de chocolate e brigadeiros, assim como é sucesso nas festas de aniversário de Eduardo e Pedro.

 

"É muito mais que chocolate, é acolhimento, são novas possibilidades de sabor, é a construção de memórias afetivas. A cada retorno positivo dos clientes meu coração se enche de amor e me faz querer cada dia mais ampliar essa possibilidade de afeto para mais pessoas e com novos produtos".

 

A história da nossa personagem nos ensina que a postura inclusiva é essencial para lidar com situações diferenciadas. O alimento possui essa característica de integrar pessoas e nos tornar iguais.

Para você que possui alguma alergia ou intolerância ao ovo, leite ou soja (com exceção do chocolate belga), a sugestão é incluir na sua vida os sabores e aromas dos chocolates Tnuva, que aqui no Rio Grande do Norte podem ser encontrados facilmente, seja por um clique no perfil do Instagram da Nadica de Leite (@Nadicadeleite) ou pelo telefone/WhatsApp (84) 99600-0052.