Citibank perde ação em que tentava resgatar US$ 500 mi transferidos por engano

17 de Fevereiro 2021 - 08h52
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A Justiça dos Estados Unidos proibiu o Citibank de resgatar cerca de US$ 500 milhões — cerca de R$ 2,7 bilhões —, transferidos acidentalmente para a conta de credores do grupo cosmético Revlon. A decisão foi deferida nesta terça-feira (16), e ainda cabe recurso.

O acidente, que foi apontado como um dos maios erros bancários da história de Wall Street, chegou aos tribunais em agosto de 2020, quando o Citibank deveria transferir aproximadamente US$ 8 milhões em juros para os credores por um empréstimo feito pelo conglomerado de cosméticos. No entanto, em um ato falho, o operador depositou a soma total de juros, no valor US$ 900 milhões. Após entrar na Justiça, 10 fundos de credores se negaram a devolver o dinheiro.

Segundo agências internacionais, em geral, o sistema judiciário estadunidense obriga a devolução dos valores. Entretanto, desta vez, o juiz Jesse Furman, do Tribunal Distrital dos EUA em Manhattan, deu razão aos fundos que receberam o montante por acidente visto que os credores teriam motivos para acreditar que a transferência não teria ocorrido por engano.

“Acreditar que o Citibank, uma das instituições financeiras mais sofisticadas do mundo, tinha cometido um erro que nunca tinha acontecido antes, no valor de quase US$ 1 bilhão, teria sido irracional”, disse o magistrado.

O banco refutou a decisão e afirmou que vai recorrer. “Acreditamos que temos direito ao valor e vamos atrás da recuperação completa”, afirmou Danielle Romero-Apsilos, porta-voz da instituição.

A defesa dos credores declarou que a decisão deixava seus clientes “extremamente satisfeitos”, porém, a alegria pode durar pouco. Na mesma decisão, o juiz determinou que o montante transferidos por engano não podem ser movimentados até a realização de um novo julgamento.

Fonte: Jovem Pan