Coaf aponta 'movimentações atípicas' de R$ 2,5 milhões de Marido de Glenn

11 de Setembro 2019 - 13h46
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Um relatório enviado pelo Coaf ao Ministério Público do Rio dois dias depois de o site The Intercept Brazil começar a divulgar mensagens atribuídas a autoridades da Lava-Jato aponta que o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) fez "movimentações atípicas" de R$ 2,5 milhões em sua conta bancária entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019. Miranda é casado com o jornalista Glenn Greenwald, editor do Intercept.

A partir do documento, o Ministério Público do Rio abriu uma investigação sobre as movimentações de Miranda. Nesta terça-feira, conforme antecipou o colunista Lauro Jardim, a 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro barrou a tentativa do MP de quebrar o sigilo fiscal e bancário do deputado.

Em despacho de sete páginas que decretou o segredo de justiça do caso, o juiz Marcelo da Silva pede que o deputado e outras quatro pessoas, entre assessores e ex-assessores dele, sejam ouvidos antes de qualquer ação cautelar. "Entendo prudente postergar a análise do pleito para o momento posterior à instauração do contraditório", escreveu Silva.

Procurado pelo GLOBO, Miranda afirmou, através de sua equipe, que o cargo de deputado não é a sua única fonte de renda e, portanto, "as movimentações são compatíveis com sua renda familiar". O deputado recebe R$ 33,7 mil de salário. Ele afirmou que depósitos fracionados detectados pelo Coaf vêm dessa outra fonte, uma empresa de turismo da qual é sócio com Glenn Greenwald. Ele, porém, não informou os serviços prestados pela companhia e, por meio de sua assessoria, disse que os demais esclarecimentos seriam prestados no Judiciário.

Com informações de O Globo.