
Faltando menos de um mês para o fim do prazo de criação de novas legendas, o Aliança pelo Brasil, partido em construção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está longe do número mínimo de assinaturas necessárias para a sua criação, com mais apoiamentos negados que aprovados. Entre as razões para as negativas há, inclusive, a assinatura de eleitores mortos.
Até esta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia analisado mais de 22 mil apoiamentos do partido, dos quais 7.298 foram considerados aptos e 15.032 inaptos. Há ainda 55.407 apoiamentos em prazo de análise. Para ser criado, o Aliança precisa apresentar 492 mil assinaturas válidas, em no mínimo 9 estados, até 4 de abril.
Dados do inicio da semana demonstram que a maior parte das assinaturas negadas, 78%, ocorreram porque o eleitor que preencheu a ficha de apoiamento já era filiado a outro partido.
Desde que Bolsonaro foi eleito presidente, em outubro de 2018, o PSL passou de 241 mil filiados para 354 mil em setembro do ano passado, caindo para 347 mil filiados nos meses seguintes à saída do presidente da sigla.
A dificuldade encontrada pelos membros do partido poderia ter sido alterada por um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta, sobre as regras necessárias para a fundação de um partido. Os magistrados, no entanto, mantiveram as mudanças promovidas pela reforma eleitoral de 2015, reafirmando que é necessário não ser vinculado a um partido para participar da criação de outro.
O Globo