Dez dias atrás, pescadores brasileiros encontraram uma espécie de canoa à deriva no alto-mar, a cerca de 1 000 quilômetros da costa do Ceará, com três corpos, dois homens e uma mulher, em adiantado estado de decomposição dentro dele – além de uma carteira, um aparelho GPS, um relógio ordinário e intrigantes 27 aparelhos celulares.
Acionada, a Marinha recolheu o barco, os corpos e os pertences e os levou para perícia, pela Polícia, em Fortaleza, onde chegaram no dia seguinte, 1º de abril.
Desde então, o mistério continua: de onde veio aquele barco? Por que ele continha tantos aparelhos celulares? O que aconteceu com aquelas três pessoas? E, sobretudo, quem eram elas?
Ainda não há nenhuma resposta.
Até porque a investigação pouco avançou desde então.
A única coisa que a Polícia Federal, a quem coube a investigação, deduziu até agora é que, "muito possivelmente, as pessoas cujos corpos foram encontrados eram originárias da África" – uma dedução quase óbvia face ao que havia na carteira encontrada dentro no barco: dois cartões bancários, um de uma instituição financeira do Togo e outro do Mali, além de cédulas de uguia, moeda corrente da Mauritânia, francos CFA, usados em uma dúzia de países africanos, inclusive o próprio Togo e Mali, alguns dólares e euros – tudo em pequenas quantidades.
Além disso, o próprio local onde o pequeno barco, de não mais que quatro metros de comprimento, sem remos, velas, nem motor, foi encontrado já sugeria a sua procedência, porque é um sabido ponto de confluência de correntes marítimas que vêm da África para o Brasil.
O fato de o barco não apresentar nenhum meio próprio de locomoção deixa claro que ele só chegou ali, à deriva, por obra das correntes marítimas.
Com informações de UOL