Delator de Lula nega ter sido vítima de coação para incriminar ex-presidente

04 de julho 2019 - 04h16
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O empreiteiro Léo Pinheiro, ex-executivo da construtora OAS, negou a existência de qualquer tipo de coação para que ele decidisse incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua delação premiada. O empresário quebrou o silêncio pela primeira vez desde que foi preso, enviando uma carta para a Folha de São Paulo.

No texto, a testemunha-chave para a condenação de Lula no caso do tríplex de Guarujá (SP), mantém todas as acusações que fez contra o petista, enfatizando que já apresentou as provas. 

"Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal", diz o empreiteiro.

Léo Pinheiro lembra que optou pela delação premiada quando estava em liberdade, e diz que seu "compromisso com a verdade é irrestrito e total". 

"Não sou mentiroso nem vítima de coação alguma. A credibilidade do meu relato deve ser avaliada no contexto de testemunhos e documentos", finaliza.

No último final de semana, a Folha de São Paulo publicou trechos de mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil, onde os procuradores da Lava Jato estariam tratando com desconfiança os depoimentos do então dono da OAS. As mensagens apontam que os investigadores só passaram a dar crédito a Léo Pinheiro após ele decidir incriminar Lula.

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