Diretor da Petrobras é investigado por suspeita de “forjar” greve para pressionar por contrato que deu prejuízo de R$ 500 milhões

02 de Março 2024 - 09h23
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Uma sindicância interna na Petrobras está investigando o diretor William França por suspeita de simular uma greve nas unidades de fertilizantes da Unigel para forçar a assinatura de um contrato que poderia causar um prejuízo de R$ 500 milhões à empresa.

Segundo fontes ligadas à apuração, França teria mencionado em um chat do Microsoft Teams a necessidade de “iniciar” uma greve para justificar a assinatura do contrato, alegando que o não fechamento do acordo poderia levar ao fechamento das fábricas e desencadear um movimento grevista.

William França, que é diretor-executivo de Processos Industriais na Petrobras e ex-dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), está entre os investigados na sindicância aberta após denúncias de pressão para fechar o negócio, apesar dos alertas da área técnica sobre os riscos financeiros envolvidos.

O contrato em questão foi assinado em dezembro de 2023, envolvendo o fornecimento de gás natural pela Petrobras para as fábricas de fertilizantes arrendadas à Unigel, com a Petrobras sendo remunerada pelos resultados da operação. No entanto, análises técnicas indicaram um prejuízo potencial de quase meio bilhão de reais em oito meses devido à alta nos preços do gás natural e à queda nos preços dos fertilizantes.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, destacou que França teria driblado os procedimentos internos da Petrobras ao assinar o contrato sem a devida aprovação das instâncias superiores. Além disso, questionou a justificativa de França para a escolha do modelo de contrato, chamado de tolling, argumentando que não havia ligação entre demissões na Unigel e possíveis greves na Petrobras.

As investigações avançaram após a apreensão dos celulares corporativos de França e do diretor-financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, como parte da sindicância interna. 

A Petrobras divulgou uma nota oficial afirmando que o contrato com a Unigel seguiu todos os procedimentos internos e os limites de competência para aprovação. Os diretores envolvidos e a empresa não comentaram detalhes específicos da investigação até o momento.

Com informações do Globo

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