
Segundo cálculos de organismos internacionais de segurança, um estado com a população do tamanho do RN deveria ter, pelo menos 5.150 policiais civis. Mas atualmente, temos ao todo 1.325 servidores, entre delegados, escrivães e agentes.
Os preocupantes números não foram atingidos da noite para o dia. Para se ter uma ideia, o último certame para a polícia que investiga os crimes e aponta os suspeitos aconteceu em 2008, incríveis doze anos atrás. E o anterior a este, ocorrera 15 anos antes. Ou seja, em quase trinta anos, tivemos apenas dois concursos para a polícia judiciária. Hoje, ela opera com cerca de 26% do efetivo adequado, mas se nada for feito, daqui a três anos, tal proporção poderá cair para 20% ou 1/5. Isso porque, na presente data, 150 policiais estão aptos para aposentar, e nos próximos três anos, outros 102 estarão nas mesmas condições
Há três anos, um processo para a realização do concurso tramita no governo do Estado. Recentemente, após muitas etapas já terem sido alcançada, a Secretaria de Administração decidiu passar para a própria Delegacia Geral de Polícia a responsabilidade da organização do certame, o que levou tudo praticamente à estaca zero. Esta é a terceira vez que o processo é reiniciado, e o que preocupa ainda mais, é que existe um prazo até 14 de setembro para que o Governo do Estado publique o edital, sob pena de se perder todo o processo. É importante ressaltar que, se a publicação fosse efetivada hoje, os primeiros delegados, agentes e escrivães seriam nomeados muito tempo depois, já que o concurso é um processo longo e o trabalho nas ruas só começa depois que todas as etapas são concluídas.
Para a presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do RN, delegada Taís Aires, a realização do concurso depende hoje de vontade política da governadora Fátima Bezerra. "Acredito na boa vontade da governadora, até porque ela já anunciou publicamente e fez promessas sobre o concurso. Mas isso não é suficiente. A chefe do executivo precisa deixar claro para todas as secretarias e órgãos envolvidos, que esse concurso é uma prioridade para o estado. Estamos cansados de tantas idas e vindas. Precisamos de atos concretos", ressaltou.