Em 2016, cúpula do PT pressionou por interferências na PF e derrubou ministro

25 de Abril 2020 - 04h29
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Ao contrário do que sugeriu o agora ex-ministro Sergio Moro, o PT pressionou por interferência na Polícia Federal em 2016, no auge da crise do governo Dilma Rousseff e com os avanços da Operação Lava Jato sobre o núcleo petista. Naquela época, inclusive, o cerca se fechava para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O episódio, assim como aconteceu agora, também levou a troca de comando no Ministério da Justiça. Dilma decidiu substituir seu fiel conselheiro José Eduardo Cardozo - que não aceitava mudanças no trabalho da PF. Cardozo acabou deslocado para a AGU.

Segundo publicações da imprensa na época, Cardozo sofreu forte pressão da ala petista liderada por Lula para interferir na PF. A mudança também gerou forte repercussão política, sendo bastante criticada pela oposição e por entidades representativas de classe, como a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), que demonstrou na época "extrema preocupação" com a decisão de Dilma.