Esquerda precisa falar sobre sua rede de ódio, diz líder da UNE

17 de Outubro 2021 - 03h37
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Nos anos 1990, a UNE (União Nacional dos Estudantes) foi às ruas pelo "fora, FHC", com ataques ao que chamava de agenda neoliberal tucana. Na última década, chamava líderes do MBL (Movimento Brasil Livre) de golpistas diante da mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Há três meses sob novo comando, a UNE agora virou vidraça na esquerda. Primeira mulher negra e da região Norte a presidir a entidade, Bruna Brelaz, 26, filiada ao PC do B, é uma árdua defensora de ampla aliança, inclusive com a direita e antigos inimigos, pelo "fora, Bolsonaro".

Desde julho, além de quatro encontros com Lula, decidiu se reunir com Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e subiu no palanque do MBL no ato de 12 de setembro pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Foi chamada de "nazista", "fascista" e recebeu mensagens com incitações para que fosse agredida. Temeu participar da manifestação organizada pela própria esquerda em 2 de outubro.

"Fiquei com medo de sair na rua. E não fiquei preocupada por conta do bolsonarismo", diz Bruna em entrevista à Folha. "Essa rede de ódio precisa ser refletida pela esquerda. As pessoas que são lideranças desses campos precisam falar sobre isso", afirma. "Não podemos nos comportar como bolsonaristas."

Apesar de admitir "um balde de água fria" depois da timidez do último protesto contra Bolsonaro, a líder estudantil diz não ter perdido a esperança. Cobra menos debate eleitoral e mais gestos do PT e de Lula pelo impeachment, além de olho no "Brasil real".

Confira a entrevista completa da Folha clicando neste link.