Fabrício Queiroz admite esquema de 'rachadinhas' ao MP

25 de Novembro 2020 - 07h45
Créditos:

Aos promotores que investigam o esquema criminoso no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz admitiu, por escrito, a prática das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, mas negou o envolvimento de Flávio e de seu chefe de gabinete à época.

A explicação dada por Queiroz ao MP consta em uma petição anexada ao processo que tramita no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio.  

No documento, Fabrício Queiroz, apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como operador financeiro da organização criminosa, “admitiu que havia um acordo pelo qual os assessores por ele indicados para ocupar cargos no Gabinete haveriam de lhe entregar parte de seus vencimentos”.

Como consta na denúncia do MP, Queiroz afirmou que “tal acordo teria sido realizado sem consulta ou anuência do então Deputado Estadual nem de seu Chefe de Gabinete, valendo-se da confiança e da autonomia que possuía”. 

No entanto, para os promotores, após a análise da evolução patrimonial de Flávio e da mulher dele, Fernanda Antunes Bolsonaro, ao longo de dez anos, e a quebra do sigilo bancário de Queiroz, com movimentação de mais de R$ 2 milhões, considerada incompatível com o salário de um PM reformado, a justificativa apresentada pelo ex-assessor parlamentar de Flávio foi considerada fantasiosa.

Para o MP, não é “crível que o referido assessor houvesse arrecadado milhões de reais em repasses de assessores da Alerj, ao longo de mais de dez anos, sem que seus superiores tivessem conhecimento do fato e nem auferido qualquer vantagem do ilícito praticado”. 

Em denúncia enviada à Justiça, os promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) vão além e afirmam que Flávio Bolsonaro é o “líder da organização criminosa e integrante do núcleo político, que nomeava determinadas pessoas, previamente aderentes ao intento delitivo, para diversos cargos comissionados na Alerj, geralmente ‘funcionários fantasmas’, que não exerciam de fato as funções públicas, com o único propósito de ‘emprestarem’ seus dados qualificativos e contas bancárias para permitir o desvio dos recursos em troca de um percentual desses valores”. 

Com informações da CNN Brasil