Fátima repreende Bolsonaro após "ataque misógino” a jornalista da Folha

19 de Fevereiro 2020 - 12h08
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A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), postou uma mensagem em seu Twitter em solidariedade à jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, que foi insultada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com insinuações sexuais.

A petista avaliou a situação como um “ataque misógino” da parte do presidente e o repreendeu, ao afirmar que “a violência de gênero não é compatível com a democracia, muito menos com a liturgia do cargo de Presidente da República”.

O presidente insultou a jornalista nesta terça-feira (18), ao afirmar que "ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim".

A declaração do presidente foi uma referência ao depoimento de um ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp, dado na semana passada à CPMI das Fake News no Congresso.

O depoimento à comissão foi de Hans River do Rio Nascimento, que trabalhou para a Yacows, empresa especializada em marketing digital, durante a campanha eleitoral de 2018.

Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha, baseada em documentos da Justiça do Trabalho e em relatos do depoente Hans, mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPFs de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos. 

Já na CPMI, diante de deputados e senadores, ele deu informações falsas e insultou Patrícia, uma das autoras de reportagem sobre o uso fraudulento de nomes e CPFs para permitir o disparo de mensagens.

Sem apresentar provas, Hans afirmou que Patrícia queria “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”, declaração reproduzida em seguida por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.