Gigante do setor de energia dá dicas sobre como se candidatar a emprego no setor eólico

02 de Junho 2022 - 11h40
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Quais são as portas de entrada para o emprego no setor eólico? Que tipo de qualificação o mercado está buscando e como redes profissionais como o LinkedIn podem ajudar – ou atrapalhar – em um processo seletivo?

Essas e outras perguntas foram respondidas a centenas de estudantes e profissionais em busca de oportunidades de carreira ligadas à “energia dos ventos” no Rio Grande do Norte e em outros estados do Brasil, por executivos de uma das maiores empresas do mundo na atividade: a Vestas.

Os caminhos para aumentar as possibilidades de sucesso foram apresentados na palestra “Mercado de Trabalho e Empregabilidade”, promovida pelo Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, dentro da programação do Sistema FIERN na Semana da Indústria.

Durante a apresentação, o gerente de Operações da Vestas no Brasil, Bruno Fortes, e a supervisora de Serviços de Operação & Manutenção da empresa, Tatyane Lima, apontaram investimentos em qualificação profissional, cuidados na elaboração do currículo e perspectivas de vagas que existem para ficar de olho. (Veja as principais dicas, em detalhes, no final desta reportagem).

A previsão, somente na companhia, é dobrar a quantidade de profissionais contratados este ano para dar vazão à curva ascendente de operações no mercado e a projeções de crescimento da indústria em território brasileiro, já sinalizadas no horizonte.

Em busca de vaga

A palestra foi transmitida ao vivo pela plataforma online Microsoft Teams e atraiu mais de 370 inscrições, das quatro regiões do Brasil. O público englobou desde jovens aprendizes e estudantes de cursos técnicos em áreas como eletrotécnica e segurança do trabalho, a alunos/as de graduação em engenharia e de especialização técnica em energia eólica.

Profissionais em diferentes ocupações técnicas, em atividades de engenharia, logística, segurança do trabalho, tecnologia da informação e planejamento também participaram, assim como pessoas que estão desempregadas – e em busca de oportunidades no ramo.

“O propósito do SENAI/CTGAS-ER ao fomentar essa discussão foi trazer informações diretamente da fonte, de uma grande indústria do setor, para mostrar como aumentar as chances de emprego nessa cadeia produtiva que tanto se expande no Brasil e no mundo. E foi isso o que a Vestas trouxe: perspectivas para a pessoa que está empregada e quer mudar de área e para quem está buscando uma vaga, não só na empresa”, destacou a assessora de Mercado e Projetos do SENAI-RN e mediadora da palestra, Amora Vieira.

“As pessoas devem analisar o que querem fazer profissionalmente e aproveitar as recomendações para buscar estratégias mais assertivas tanto para se preparar quanto para fazer a submissão às vagas”, acrescentou a assessora do SENAI.

A seguir, confira as principais portas de entrada para o mercado, apresentadas na palestra:

QUALIFICAÇÃO

Para quem quer seguir carreira como técnico/a de campo ou na área de gestão, por exemplo, “os cursos técnicos são extremamente importantes”, de acordo com Tatyane Lima, da Vestas. Durante a apresentação, ela citou os que mais fazem os olhos brilharem quando aparecem no currículo: “eletrotécnica, mecânica, mecatrônica e automação”.

A lista de graduações que apontou como mais atrativas, por sua vez, inclui engenharias (mecânica, elétrica, de computação, de software, civil, de produção), ciências e tecnologia.

Especializações, afirmou ainda, “são pontos chaves para quem está querendo abrir mais o currículo”, e as áreas que mais chamam a atenção em processos de seleção são gerenciamento de projetos, gerenciamento de manutenção, segurança do trabalho, qualidade e energia eólica. “As especializações são interessantes porque acabam abrindo mais o currículo, possibilitam abranger mais vagas”, disse. “Então, é bem estratégico saber em que você vai querer se especializar, para conseguir direcionar mais o seu currículo”.

IDIOMAS

Inglês e espanhol foram apontados como línguas importantes para tornar o perfil do/a candidato/a mais atrativo para o mercado de trabalho. Se o nível exigido é básico, intermediário ou fluente vai depender da posição que está se buscando. “A gente tem muitas tratativas em inglês por e-mail, documentações, procedimentos, reuniões, então é extremamente importante saber, até para técnicos/as de campo”, explicou a supervisora. No caso da empresa, tendo em vista o crescimento no Brasil e na América Latina, o contato com o Espanhol também pode acontecer e por isso o idioma é visto como diferencial.

CURRÍCULO

As informações precisam deixar claro, de forma objetiva, o que o/a candidato/a já fez e faz, além de usar palavras-chaves que chamem a atenção da equipe responsável pelo recrutamento. Endereço, contatos, formação, experiências profissionais – onde trabalhou e por quanto tempo – estão entre os pontos considerados fundamentais. “Já pegamos currículo sem e-mail, sem e-mail e telefone”, exemplificou Tatyane, sobre os erros mais comuns identificados pela empresa. “O currículo também tem que ser objetivo, no máximo duas páginas”, orientou ainda. Clique aqui para baixar o modelo de currículo da Vestas, disponibilizado durante a apresentação na Semana da Indústria.

OPORTUNIDADES NA VESTAS

Só para a função de técnico/a de campo – profissionais que atuam na área de “Service” da empresa, ou seja, com operação e manutenção de turbinas – aproximadamente 200 contratações foram realizadas entre os anos 2020 e 2021 e há mais no radar para este ano. De acordo com os executivos da Vestas, o número de profissionais em atividade, que atingiu o patamar de 300 no ano passado, deve chegar ao final de 2022 a pelo menos 500. “Locais com turbinas da Vestas vão do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, ao Nordeste praticamente inteiro”, disse Tatyane. “São muitas oportunidades, em muitos lugares diferentes”, destacou, frisando que a disponibilidade para trabalhar longe de casa pode abrir oportunidades. “É não olhar só para onde você está, mas ter um olhar mais abrangente para outras localidades. Tem muita vaga fora do Rio Grande do Norte”.

Com escritórios de vendas, centros de serviços e fábricas no Brasil – onde lidera nacionalmente a instalação de turbinas eólicas – a Vestas tem planos de expansão com vagas em diferentes ocupações no país e novos profissionais têm entrado em campo para apoiar esse processo em áreas que vão desde montagem, até comissionamento, instalação e o O&M (Operação & Manutenção) propriamente dito, segundo Bruno Fortes. Há, ainda, oportunidades disponíveis também em outras áreas.

“Além de cerca de 500 técnicos de campo, a empresa vai precisar de aproximadamente 100 pessoas para “Backoffice”, pessoas que estão à frente dos projetos, seja no suporte administrativo, no planejamento ou literalmente à frente da operação”, disse o gerente. “A expectativa é chegar ao final de 2022 com 600 pessoas na estrutura e vagas ainda serão abertas ao longo do ano para podermos alcançar esse número”, complementou.

COMO SE CANDIDATAR:

Site da Vestas: https://www.vestas.com/en/careers/job-openings

As informações estão em inglês, mas clicando na aba “Careers” e selecionando a opção “Job Openings” é possível chegar à página com as oportunidades, onde pode-se filtrar as disponíveis para o Brasil. O site permite se candidatar ou apenas cadastrar o currículo e mantê-lo atualizado. “É um banco de dados da Vestas, por onde o pessoal faz o recrutamento”, disse Tatyane.

Página da Vestas no LinkedIn: https://br.linkedin.com/company/vestas

Para visualizar as vagas é preciso acessar a página, clicar em “jobs” e filtrar por país. Os executivos da empresa chamam a atenção para a necessidade de “foco na vaga que se quer” e para o risco de se candidatar a todas as que aparecerem no caminho. “Não adianta se candidatar a um milhão de oportunidades. De alguma forma isso vai tornar confuso para a empresa entender o que você quer e a candidatura pode ser descartada no processo de triagem, simplesmente porque ficou confuso”, disse Bruno

Ele também alerta para a importância de abordagens objetivas e de caráter estritamente profissional na rede. “É preciso entender que o LinkedIn é uma rede profissional, diferente de usar um aplicativo de mensagens e um instagram, por exemplo. Então mensagens de ‘oi, tudo bem?’, dificilmente são respondidas. É preciso escrever a mensagem completa. Dizer qual é o seu interesse, qual é a dúvida que você tem, deixar claro o que você está querendo ali com aquela abordagem. Isso facilita para você ter a resposta”, orientou ele, reforçando, entretanto, que cadastros nas oportunidades devem ser feitas pelos links disponíveis no site e na página institucional da Vestas na rede.

O EMPREGO NA CADEIA PRODUTIVA

Empresas prestadoras de serviços, que fornecem mão de obra para dar suporte às operações da indústria, companhias especializadas em inspeções, em reparos de grandes componentes ou ferramentas, as que fazem consultoria em segurança, qualidade e meio ambiente, as construtoras de parques eólicos e fabricantes do setor são exemplos de portas a se bater para buscar experiências profissionais, fortalecer a rede de contatos e as chances de mais oportunidades, segundo os executivos da Vestas.

Segundo Bruno Fortes, grande parte do time da Vestas “vem dessa base, dessas empresas que prestam serviço”. “São pessoas que fazem o trabalho com qualidade e quando a gente tem uma oportunidade interna acabam migrando de uma forma muito natural para a empresa”, disse ele e reforçou: “Tem uma série de oportunidades no mercado. Não podemos olhar só para os grandes fabricantes, os grandes montadores de turbinas. Há várias outras oportunidades de migrar para dentro do mercado. Uma grande porta que se abre para que você seja visto. E uma vez que você é visto, que você consiga deixar sua marca, com certeza você vai ser lembrado para um processo de migração”.

Para quem já participou de processos seletivos e não passou, o gerente da companhia deixou um recado: “Não desista, continue evoluindo, buscando conhecimento, oportunidades, experiências e lá na frente você vai colher isso. Lá na frente vem o retorno”.

“Grande parte de nós”, disse Fortes, “já recebemos nãos também em processos de recrutamento”. “Mas acho que esse não é um motivo para você desistir. É um motivo para você continuar avançando. Porque em algum momento alguém vai reconhecer o seu esforço. Em algum momento alguém vai te dar essa oportunidade”.