Governo recebeu empresas 3.100 vezes; saiba quais têm mais acesso

29 de Junho 2024 - 08h27
Créditos: Antonio Cruz/Agência Brasil

Levantamento exclusivo do Poder360 nos registros de 490 mil compromissos divulgados pelo sistema e-agendas da CGU mostra 3.100 reuniões com representantes de relações institucionais de empresas e instituições.

Os dados (leia a metodologia no fim do texto) identificam só parte das reuniões com empresas. Têm abrangência maior, porém, do que o captado pelo sistema de registro da CGU (Controladoria-Geral da União).

O estudo dá indicações das empresas que conseguem ser mais recebidas pelo governo para defender seus interesses.

A Bolsa e a Claro são as companhias cujos representantes de relações institucionais mais tiveram compromissos identificados dentro do governo. 

É possível observar assimetrias entre as empresas. Enquanto a Claro, por exemplo, teve 30 compromissos, a Vivo teve 18. A Gol (23 reuniões) também está à frente de sua concorrente Latam, que só consta em 1 dos compromissos encontrados.

O vice-presidente de Relações Institucionais da empresa de telecomunicações mexicana, Fábio Augusto Andrade, conhecido em Brasília como Fabinho, é responsável por parte das reuniões da Claro listadas acima. Eficiente no seu trabalho de representação, com boas relações em todos os partidos, é frequentador assíduo de eventos políticos.

A Comissão de Valores Mobiliários é o órgão que mais aparece em reuniões com B3, Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e Itaú. Neste caso, porém, há mais reuniões de grupos de trabalho do que de lobby propriamente dito.

O termo “lobby” como sinônimo de representação de interesses privados surgiu em um hotel de Washington D.C. a menos de 1 km da Casa Branca. O então presidente, Ulysses Grant (1869-1877), era frequentador do estabelecimento, onde bebia e fumava charutos depois do trabalho. Pessoas que tentavam influenciá-lo ficavam no salão de entrada, ou lobby, do hotel, esperando que ele saísse para levar os seus pedidos. Daí surgiram os “lobbyists”. Em português, lobistas. Leia aqui a história em detalhes.

Com informações do Poder360