Estudar no exterior é um sonho de muitos brasileiros.
Quase estudar no exterior tem sido uma realidade cada vez maior para muitos mais – quase uma mentira.
Ser professor no exterior, uma mentira repetida mil vezes.
O ministro do meio ambiente Ricardo Sales é um dos muitos sonhadores que não realizaram o sonho mas o propaga como se verdade fosse.
Ele chegou a escrever textos nos quais aparecia como mestre em direito público pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Yale é um centro de excelência entre as ótimas universidades dos Estados Unidos.
Mas dez entre dez brasileiros parecem ter fixação por Harvard.
Qualquer um que vá àquela universidade norte-americana fazer um curso de 20 horas ou uma fala de 30 minutos apresenta-se como aluno ou professor de Harvard.
Em seguida escreverá no Currículo Lattes, de forma estrelada, a indicação da passagem pela prestigiosa e prestigiada universidade.
Quase sempre com informações potencializadas ou potencializadoras.
Ciro Gomes foi um dos poucos que não aumentou a sua passagem por Harvard.
Um ou outro jornalista tentou desmerecer a estadia dele por lá.
Ciro Gomes candidatou-se a visiting scholar (pesquisador visitante) na Faculdade de Direito e fellow (associado) do Centro Para Assuntos Internacionais (CFIA), tendo sido aceito para ambas.
Optou por ser visiting scholar na Faculdade de Direito.
Visiting scholar é uma posição destinada cada ano a um pequeno número de pessoas, vindas de todo o mundo e que pretendem desenvolver na universidade seus próprios projetos de pesquisa.
O ex-governador do Ceará e ex-ministro participou ativamente da vida intelectual da universidade, frequentou seminários e debateu ideias com alguns professores e até com políticos brasileiros que participaram de seminários.
Outros, antes e depois dele, foram à universidade como peixes ornamentais e propagandearam ser tubarões.
Um caso que ganhou grande repercussão foi o da professora de ensino técnico Joana D’Arc Félix de Sousa.
Ela apresentou um diploma falso de pós-doutorado da universidade localizada no estado de Massachusetts.
O caso mais recente é o do ex-BBB e ex-deputado federal Jean Wyllys.
Ele fará uma residência em Harvard, onde pesquisará sobre a ligação entre notícias falsas e discursos de ódio contra minorias no Instituto de Pesquisa Afro-Latinoamericanos, em parceria com a Open Society Foundation, organização fundada por George Soros.
A residência terá duração de um semestre.
No site da Universidade de Harvard (https://alari.fas.harvard.edu/people/jean-wyllys-de-matos-santos?fbclid=IwAR0dNIQ1Bf6hpH_QDk0hrE7zEunwKIX9Y5r0v7K3j7nabpIoESnOwOTtf30) está registrado que o ex-parlamentar será visinting fellow, ou seja, associado ou pesquisador ou bolsista do Afro Latin American Research Institute at the Hutchins Center.
No período, Jean Wyllys poderá dar aulas sobre o assunto.
O cargo de visiting fellow não é propriamente o de professor, como correu e ainda corre na mídia brasileira e nas redes sociais, desde que o ex-deputado psolista “pousou” em Harvard.
A rigor, o visiting fellow é um cargo temporário ocupado por profissionais, do ensino ou não, reconhecidamente competentes e prestigiados num dado ramo do conhecimento e que visitam a universidade para desenvolver pesquisas ou participar de eventos específicos (https://gsas.harvard.edu/programs-study/non-degree-programs?fbclid=IwAR2Lm8vaclY0I-keZ1uvRC_S0v8OkFuzx5OB74btPd7ac9gYsE6daCdRK2E).
É cedo, ainda, para dizer a que veio Jean Wyllys em Harvard. Mas é certo que ele não será professor da universidade.
Uma coisa é certa: adoramos maldizer os States e adoramos adorar as suas universidades, o seu estilo de vida, a sua riqueza...
Lembro do indefectível Roberto Campos: "É muito divertida a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram três coisas que só o capitalismo sabe dar: bons cachês em moeda forte, ausência de censura e consumismo burguês. São filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola."
Em tempo: Jean Wyllys não é artista, nem intelectual... Foi Big Brother.