Jogador diz que foi recusado por 50 clubes por ter fama de gay

12 de Agosto 2022 - 10h01
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Embalado por um dos sucessos da cantora sertaneja Marília Mendonça, Elyeser canta de forma descontraída em sua casa em um dia de férias em 2017. Animado, ele se filma e compartilha o momento em um grupo de WhatsApp com os companheiros do Goiás, seu clube na época.

Eram apenas dois dos vários vídeos trocados ali, geralmente com brincadeiras entre os amigos. Quatro anos depois, em 2021, os trechos viralizaram. E a carreira do volante nunca mais foi a mesma.

— Fiquei oito meses sem jogar por causa disso. Cheguei a pensar em jogar de graça, que iria parar de jogar. Toda vez que meu nome aparece em uma negociação alguém lembra desse vídeo. E aí solta um: “Ah, não vamos trazer o Elyeser porque vai chegar a um determinado momento de clássico os torcedores rivais, se ganharem da gente, vão pegar esse vídeo…”. Eu cheguei a escutar isso de presidente, de diretor. Então não era pelo lado técnico, era esse o empecilho — afirmou Elyeser, de 32 anos, hoje jogador do Santa Cruz.

O "empecilho" tem nome: homofobia. O episódio 9 do podcast ge "Nos Armários dos Vestiários” fala sobre os boicotes que gays e simplesmente quem tem fama de gay sofrem dentro do futebol.

Elyeser, que se declara heterossexual, foi anunciado como reforço do Paysandu em fevereiro de 2021. Os vídeos se multiplicaram nas redes sociais menos de dois meses depois, em abril. Em maio, ele foi afastado e passou a treinar separado do elenco.

Com informações do Globo Esporte

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