Lula visita o Egito em momento de tensão do país com Israel

13 de Fevereiro 2024 - 08h48
Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitará o Egito no momento em que as tensões entre o país africano e Israel aumentaram por causa da ameaça de ações militares israelenses no sul da Faixa de Gaza. Embora a viagem marque os 100 anos das relações entre Brasil e Egito, o conflito na região deve dominar a agenda do chefe do Executivo brasileiro. O petista inicia seu 1º périplo internacional do ano na quarta-feira (14), quando desembarcará no Cairo, capital egípcia.

Na sexta-feira (9), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o Exército israelense precisa conduzir operações na cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, para derrotar o grupo extremista Hamas.

A região abriga atualmente mais de 1 milhão de palestinos que se deslocaram de outras cidades destruídas pela guerra. É praticamente o último refúgio de Gaza. O premiê israelense pediu que o Exército elabore um plano de retirada dos civis.

Rafah faz fronteira com o Egito e tem a única passagem de Gaza para outro território que não o israelense. Por isso, o governo do presidente egípcio Abdul Fatah Khalil al-Sisi alertou aliados ocidentais de Israel de que a ofensiva na região sul de Gaza pode levar ao rompimento do tratado de paz israelo-egípcio, firmado em 1979.

De acordo com reportagem do jornal The New York Times, diplomatas egípcios avaliam que as ações israelenses podem forçar os palestinos a entrar no território do Egito. Para o governo do país, a entrada de refugiados aumentaria a influência de grupos extremistas na região.

Desde o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, o Egito tem sido um dos principais interlocutores dos governos israelense e palestino com demais nações. O Brasil, por exemplo, contou com a ajuda dos egípcios nas negociações para a retirada de 115 brasileiros e familiares palestinos da Faixa de Gaza. Todos saíram pela passagem de Rafah e viajaram até o Cairo para, então, retornarem ao Brasil.

Com informações de Poder 360