Ministros mudaram voto sobre prisão em 2ª instância por pressão, diz Barroso

14 de Dezembro 2020 - 03h41
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Luís Roberto Barroso relatou em seu livro “Sem data venia: um olhar sobre o Brasil e o mundo” que dois ministros do STF que antes votaram pela prisão de condenados em segunda instância mudaram de posição após pressão “dos que pretendem que tudo permaneça como sempre foi”.

A corrupção contra-atacou com todas as suas forças e aliados, até conseguir desfazer a medida. Ressalve-se, com o respeito devido e merecido, o ponto de vista legítimo de quem entende que a Constituição impõe que se aguarde até o último recurso”.

Disse que “a articulação para derrubar a possibilidade de execução das condenações criminais após a segunda instância foi o momento mais contundente da reação, logrando obter a mudança de posição de dois ministros do Supremo Tribunal Federal que, antes, haviam sido enfaticamente favoráveis à medida”.

Barroso não menciona os nomes dos ministros em seu livro, mas depois de apoiarem em 2016 a prisão antecipada após a condenação em segunda instância, Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram no ano passado para que o cumprimento da pena fosse iniciado apenas após o trânsito em julgado.