Petrobras diz que vai entrar ‘para ganhar’ em megaleilão do pré-sal

31 de Outubro 2019 - 06h15
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A uma semana do megaleilão do pré-sal, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou ontem que a empresa vai entrar“para ganhar” o certame, que deve render cerca de R$ 106 bilhões para a União.

— A Petrobras está otimista com o resultado do leilão. O capital é escasso. Só são aprovados projetos meritórios do ponto de vista de retorno. Em função disso, manifestamos interesse em dois campos, Búzios, que é a maior jazida, e Itapu. Vamos com entusiasmo. Vamos para ganhar —afirmou no IX Seminário sobre Matriz e Segurança Energética, na Fundação Getulio Vargas.

A cessão onerosa, à qual Castello Branco se referiu como um “monstrengo” criado no país alguns anos atrás, é o modelo de contrato pelo qual a Petrobras recebeu do governo, em 2010, o direito de explorar uma área do pré-sal onde havia 5 bilhões de barris de petróleo, segundo estimativas da época.

Foi uma forma de o governo capitalizar a empresa, para que ela pudesse investir no pré-sal. Mais tarde, verificou se que o volume de petróleo era superior às previsões. É este excedente que será leiloado na próxima semana.

Para viabilizar o leilão, o governo se comprometeu a pagar parte da arrecadação (R$ 34 bilhões) à Petrobras. Em encontro com investidores nesta semana, Castello Branco indicou que o valor a ser aplicado pela estatal no leilão pode superar este patamar.

Segundo o executivo, há mais de 20 interessados em refinarias da companhia que estão à venda. São oito unidades, divididas em dois blocos. O primeiro deles reúne refinarias em Pernambuco, Paraná,

Rio Grande do Sule Bahia.

A companhia segue cortando custos. No ano passado, ela tinha 18 unidades no exterior. Chegará ao fim do ano com cinco. Estão em fase de encerramento espaços em Argentina, Colômbia, Uruguai, Nigéria e Irã. No Brasil, o prédio em São Paulo será desativado, e os funcionários vão trabalhar em escritório de coworking.