
Policiais federais apreenderam centenas de itens de luxo, além de dinheiro em espécie, em endereços dos alvos da operação desencadeada nesta quarta-feira (23) contra esquema nacional de descontos não autorizados feitos por sindicatos em contracheques de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Entre os bens estão dezenas de motos de alta cilindrada importadas e carros de luxo, incluindo modelos Ferrari, Porsche e Rolls-Royce, destacados em entrevista coletiva pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
“Com um único alvo, foram apreendidos vários carros, Ferrari, Rolls-Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões; mais de US$ 220 mil com outro; e US$ 150 mil com outro [investigado] […] Isso, por si só, aponta a gravidade daquilo que estamos falando e o tiro certo que demos nessa investigação”, ressaltou Andrei.
Os valores totais apreendidos na operação não haviam sido informados até a mais recente atualização desta reportagem, mas a PF divulgou imagens de alguns dos bens apreendidos. Além dos veículos, havia obras de arte, dezenas de relógios de luxo, bolsas e botas importadas, que custam mais de R$ 10 mil cada.
Agentes foram às ruas para cumprir 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão, além de seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados para serem cumpridos nesta quarta.


A operação envolveu cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU). Eles fizeram buscas na sede do INSS, em Brasília. Vasculharam salas e gabinetes das diretorias do instituto.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal, que ainda ordenou o afastamento de seis servidores das funções públicas. Entre eles, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e quatro outros dirigentes do órgão. Veja abaixo os integrantes da cúpula do INSS afastados:
- Alessandro Stefanutto, presidente do INSS desde 2023;
- Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o cidadão do INSS;
- Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS;
- Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS;
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS.
O sexto servidor público afastado de suas funções por ordem judicial é um agente da PF que trabalha no aeroporto de Congonhas (SP), mas não teve o nome divulgado. Segundo as investigações, ele dava apoio ao esquema.
Também não foram divulgadas as identidades dos alvos de mandados de prisão. Cinco pessoas haviam sido presas e uma estava foragida até a última atualização desta reportagem. Elas integram entidades associativas de Sergipe.
Todos os investigados poderão responder pelos seguintes crimes:
- corrupção ativa
- corrupção passiva
- falsificação de documento
- lavagem de capitais
- organização criminosa
- violação de sigilo funcional
Com informações de O Tempo
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